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27 Agosto 2019

Missão Amazônia: "Precisamos de missionários que nos entendam", dizem os indígenas

Escrito por  OFMConv-Notícias

O município de Juruá (AM) é uma das localizações atendidas pela Missão Amazônia da Província São Maximiliano Kolbe. Lá, existem cerca de 9 aldeias indígenas da etnia Madja Kulina que conta com quase 1 mil nativos na região do baixo Juruá. Para anunciar o Evangelho de Cristo e realizar trabalhos pastorais, o Frei Flávio Amorim (OFMConv.) visitou, entre os dias 16 e 24 deste mês, sete das nove tribos existentes.

           

O frade foi acompanhado pelo jovem Saboia, coordenador da Pastoral da Juventude (PJ) da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Eles percorreram cerca de 755km pelo Rio Juruá e visitaram as seguintes comunidades: Boca do Paupixuna, Maracá, Paupixuna, Beiradão, Marupá, Mapiranga e Lago Preto. Por acaso, os dois ainda encontraram pelo caminho alguns indígenas que moram na Aldeia Morada Nova, que fica em uma praia do rio.

 

“É com muita alegria que, finalmente, viemos fazer a visita às comunidades indígenas da etnia Madja Kulina! Viemos fazer aquilo que o Papa Francisco nos pede. Em um primeiro momento, ver, olhar esta realidade e, depois escutar este povo”, afirmou o Frei Flávio ao explicar as motivações para esta missão.

 

 

 

Muitas destas comunidades ficam, de certa forma, isoladas do contato com o mundo exterior já que, muitas vezes, as únicas vias de acessão são os rios. Assim, os frades precisam organizar esporadicamente algumas viagens para ir de encontro aos indígenas e realizar alguns trabalhos pastorais, como o batismo das crianças mais novas e a celebração da Santa Missa. Algumas comunidades desta última viagem receberam, pela primeira vez, a visita de um sacerdote.

 

Missionários que entendam os indígenas

No primeiro dia, o Frei Flávio e o jovem Saboia estiveram na aldeia do Boca do Paupixuna, onde foram recebidos pelo senhor Luiz e sua esposa Mariá Madja Kulina que contou a eles a história da aldeia e a sua formação. Já no dia 18, acompanhados pelo guia Dimas Guimarães, eles chegaram à aldeia do Paupixuna, a maior desta etnia na região. Lá, foram recepcionados por crianças, jovens, adultos e os idosos Ruré Madja Kulina e o Pajé Madja Kulina.

 

 

 

Ainda em Paupixuna, os visitantes ouviram dos índios a história do grupo que, após ser perseguido, foi orientado pela Fundação Nacional do índio (FUNAI) a residir na região do Baixo Juruá. Nesta localização, eles se fixaram e construíram a maior tribo da região com 272 membros em 52 famílias. “Precisamos de Missionários que nos entendam e que nós entendamos eles. Precisamos que nos conheçam, comam da nossa comida e dancem o nosso arrié. Quando o pastor chama a nossa dança de “ruré”, quem está entendendo isto é ele”, disse o Pajé Madja Kulina.

 

No período da tarde, os índios mostraram ao Frei Flávio e ao jovem Saboia como é o arrié: uma dança circular e dançada em noites de lua cheia, pois eles acreditam que nesta noite os espíritos podem se aproximar do pajé. “Encontrei aqui a alegria do Evangelho, como o Papa disse em sua encíclica Evangelii Gaudium. É com essa alegria que levo aqueles que são meus irmãos e irmãs”, disse o Frei Flávio logo após a demonstração de dança.

 

 

 

Prometendo retornar outras vezes, o frade abençoou os aldeões, “com certeza acontecerão outros momentos em que juntos iremos celebrar, ceiar e perceber o quanto é bonito o Evangelho! Aqui está o Evangelho vivo”, contou ele junto aos líderes da tribo. Em 5 das sete comunidades visitadas, os missionários foram acompanhados pelos enfermeiros e enfermeiras do Polo da Saúde Indígena que realizaram pequenos atendimentos e vacinaram as crianças.

 

 

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