Caro Vocacionado, para compreender melhor a espiritualidade franciscana, primeiramente devemos percorrer alguns dados históricos da vida de São Francisco de Assis. História não no sentido de fatos e datas, mas como, um percurso de amadurecimento humano e espiritual.
1181/82: Francisco nasce provavelmente em setembro de 1181 ou inicio de 1182, em Assis. Filho do famoso comerciante Pedro Bernadone e Dona Joana e irmão de Ângelo. Fora batizado com o nome de João. Todavia, quando Bernadone regressou de uma viagem de negócios, da França, mudou-lhe o nome para Francisco. O nome Francisco é uma manifestação da apreciação que Pedro Bernadone tinha pela França. Uma vez que a referida cidade era onde ele comprava tecidos para sua loja, para a manutenção da casa e da família. Francisco viveu sua infância normalmente como uma criança que pertencia a um estrato social socialmente reconhecido. Isto é, gozou daquilo que lhe era próprio como criança. Destaca-se nele, a inteligência e perspicácia. Dito de outra forma, sua nobreza de alma.
1202 (novembro): Guerra entre Perusa e Assis. Assis vencida em Collestrada. Francisco torna-se prisioneiro. Ele passa um ano preso em Perusa.
1203: Cessado o conflito e reiterada a paz entre Assis e Perusa, Francisco regressa a Assis.
1204: Longa doença e convalescença de Francisco. Inicia-se um processo de mudança, isto é, ele começa a desprezar as coisas que antes admirava.
1205 (primavera): Francisco corresponde à convocação do Papa e se incorpora nos exércitos do conde Gentil dela Pagliara e parte para guerra em Apúlia com o objetivo de defender sua pátria. Em Espoleto é surpreendido por uma visão misteriosa que o ordena a voltar para Assis. Por consequências, seus projetos começam a tomar outros caminhos.
• Em agosto do referido ano, Francisco torna-se mais sensível à graça. Torna-se um jovem mais dedicado a oração e a reflexão. Nessa busca e confronto ocorre seu encontro com o leproso, o qual é acolhido por ele com um beijo. No concurso dessa busca de decifrar a voz misteriosa, Francisco faz uma romaria até Roma e lá se faz pobre com os pobres. Ou seja, faz a experiência de um mendigo.
• Alocução do Crucificado: “Francisco, não vês que minha Igreja está se destruindo? Vai, pois, e restaura-a para mim.” Trêmulo" disse: “De boa vontade o farei, Senhor”. Impelido pela voz do Crucificado, Francisco vai a Foligno vender tecidos. Na volta, oferece o dinheiro da venda ao padre da Igreja de São Damião (que estava em ruína) para sua reconstrução.
• O novo modo de vida acolhido por Francisco decepciona seu pai, tal revolta, leva Pedro Bernadone persegui-lo.
1206: Perante o Bispo Guido II, Francisco renúncia à herança paterna. Dito de outra forma, ele se despoja da sua roupa e é acolhido pelo Bispo. Suas veste a partir de então é um manto rústico. Veste-se com hábito de eremita e começa a reparar a igreja de São Damião, também, as igrejas de São Pedro e a Porciúncula (até fevereiro de 1208).
1208: (24 de fevereiro): ouve o Evangelho da festa de São Matias, sobre a vocação e missão apostólica. Nessa literatura evangélica, descobre sua vocação à pobreza. Diz Francisco: “É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo fazer com todas as fibras do coração”. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante (uma túnica cingida por uma corda). Início da pregação ao modo apostólico. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, a via itinerante.
16 de abril: Recebe em sua companhia os primeiros irmãos (frades): Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani. No dia 23, recebe o irmão Egídio na Porciúncula.
• Nos fins do referido ano, o grupo está composto oito membros.
• Francisco escreve a formula vitae, uma pequena regra. Vai a Roma com seus onze companheiros pedir aprovação papal da referida regra. O Papa Inocêncio III aprova a formula vitae oralmente.
1212: Março: na noite do domingo de Ramos, a nobre jovem Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Francisco e seus companheiros dá-lhe o hábito da pobreza e da penitência. Clara é levada por Francisco e seus companheiros ao mosteiro de São Paulo em Bastia, onde fica alguns dias. Depois é conduzida ao mosteiro de Santo Ângelo Panzo, permanece aí algumas semanas e por fim recolhe-se em São Damião, onde fica até a sua morte, em 1253. Dar-se início a Segunda Ordem, das Damas Pobres, atualmente as Clarissas.
1213: O Conde Orlando de Chiusi dá o monte Alverne a Francisco, para que ali construa seu eremitério.
1224 Em 14 de setembro recebe os estigmas no corpo. Outubro/Novembro, ele regressa à Prociúncula. No fim do ano, Francisco faz uma viagem para pregar na úmbria e em Marcas. O Pobre de Assis está profundamente abatido por varias doenças (grave oftalmia)
1225 (Março): Visita Clara em São Damião, onde fica por um determinado tempo porque a doença dos olhos havia piorado. Submete-se a um tratamento oftalmológico, mas
sem resultado. Na agonia da dor, ele recebe de Deus a certeza de sua salvação e compõe o Cântico das Criaturas. Aconselhado pelo Cardeal Hugulino, ele deixa São Damião e é acolhido no paço episcopal em Rieti. Daí se dirige para Fonte Colombo para se submeter a um tratamento: cauterização das têmperas. Sem obter resultado, tem que ir para cidade de São Fabiano para se submeter a outro tratamento.
1226: Vai a Sena para novo tratamento. As doenças se agravam. Ele chega ao eremitério de Cortona onde redige o Testamento de Sena. Regressa à Porciúncula. Em julho/agosto, no
verão da Itália fica-se um pouco em Bagnara. Seu quadro clínico piora, em virtude disso, ele tem que voltar a Assis. No regresso, fica algum tempo hospedado no palácio do Bispo de Assis. Mas prevendo sua páscoa, insiste em ser levado para a Porcíúncula.
• Sábado, 3 de outubro: após o pôr do sol, tendo abençoado os seus filhos, Francisco morre aos 44 anos. É sepultado no dia seguinte na Igreja de São Jorge, dentro dos muros de Assis.
1228: 16 de julho: Francisco é canonizado, em Assis, pelo Papa Gregório IX.
1230: Seu corpo foi translado para a Basílica construída em sua homenagem, onde se encontra até os dias atuais.