Não é qualquer chão que serve para que uma árvore possa crescer. O canteiro, onde a semente da Bíblia criou raízes e lançou os seus 73 galhos em todos os setores da vida, foi a celebração do povo oprimido, ansioso de se libertar. A maior parte da Bíblia começou a ser decorada para poder ser usada nas celebrações e foi escrita ou colecionada por sacerdotes e levitas, os responsáveis pela celebração do povo.
Além disso, as romarias e as peregrinações, os santuários com as suas procissões, as festas e as grandes celebrações da aliança, o templo e as casas de oração (sinagogas), os sacrifícios e os ritos, os salmos e os cânticos, a catequese em família e o culto semanal, a oração e a vivência da fé, tudo isso marca a Bíblia, do começo ao fim!
O coração da Bíblia é o culto do povo! Mas não qualquer culto. É o culto ligado à vida do povo, onde este se reunia para ouvir a palavra de Deus e cantar as suas maravilhas, onde Ele tomava consciência da opressão em que vivia ou que ele mesmo impunha aos irmãos, onde Ele fazia penitência, mudava de mentalidade e renovava o seu compromisso de viver como um povo irmão; onde reabastecia a sua fé e alimentava a sua esperança, onde celebrava as suas vitórias e agradecia a Deus pelo dom da vida.
É também no culto que deve estar o coração da interpretação da Bíblia. Sem este ambiente de fé e de oração e sem esta consciência bem viva da opressão que existe no mundo, não é possível agarrar a raiz de onde brotou a Bíblia, nem é possível descobrir a sua mensagem central.
Este artigo é o quinto da série do site Franciscanos para o Mês da Bíblia: O Evangelho pautou a vida de São Francisco de Assis.
Fonte: Franciscano. Extraído do livro “Bíblia Sagrada”, da Editora Vozes.