Hoje, 29 de novembro, celebrados todos os Santos e Santas da Ordem Seráfica. Nos referimos aos 110 santos canonizados da Primeira Ordem; às 9 santas canonizadas da Segunda Ordem; aos 53 santos e santas canonizadas da Terceira Ordem Regular e Secular; aos 161 religiosos beatificados da Primeira Ordem, 34 religiosas beatificadas da Segunda Ordem; e aos 95 beatificados e beatificadas da Terceira Ordem Regular e Secular.
A Festa de Todos os Santos da Ordem Franciscana é comemorado neste dia porque em 29 de novembro de 1223, o papa Honório III confirmou solenemente a Regra de são Francisco, já verbalmente aprovada em 1209 pelo Papa Inocêncio III. A regra original é preservada entre as relíquias, na Basílica de São Francisco de Assis. A Ordem Seráfica foi em todos os tempos lugar de santidade: esta é a razão de sua vitalidade espiritual que faz com que ela floresça. Seus filhos Santos, quer na primeira, segunda e terceira Ordem, pertencem a todas as classes sociais e de todos os povos. Entre estes há mártires, médicos, padres, irmãos religiosos, leigos, virgens, santas mulheres. Enfim, uma multidão que se reuniu em torno do Poverello de Assis.
No aniversário da aprovação da regra, a Ordem Franciscana recolhe-se em oração festiva para contemplar a grandiosa árvore de santidade nascida daquele livrinho que Francisco dizia ter recebido do próprio Jesus e constituía a “medula do Evangelho”. Era esse, precisamente, o projeto de vida e o carisma do Pobrezinho: ser sal da terra e luz do mundo, fazer reviver na Igreja o Evangelho em sua pureza, ou seja, apresentar perante os homens a vida de Cristo em todas as suas dimensões: desde a pobreza ao zelo pela salvação de todos, do anúncio da Boa Nova ao sacrifício da cruz.
Quem poderia contar a imensa multidão de Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus (se quisermos utilizar esta terminologia canônica) ou melhor ainda, de todos os irmãos e irmãs, sem nome e sem rosto, que nos limites da sua fragilidade viveram a perfeição evangélica, fazendo da regra franciscana a norma da sua vida? É um imenso capital de santidade e de amor esquecido, quando não mesmo desprezado pelo mundo! O bem dá menos nas vistas do que o mal; no entanto, a história do bem, tantas vezes anônima e despercebida, tem escrito o nome e rosto de Cristo. É essa história que impede o mundo cair no desespero e fecunda as atividades da Igreja.
São Francisco disse um dia aos irmãos, numa explosão de alegria, “Caríssimos, consolai-vos e alegrai-vos no Senhor! Não vos deixeis entristecer pelo fato de serdes poucos, nem vos assusteis da minha simplicidade nem da vossa, pois o Senhor me revelou que há de fazer de nós uma inumerável multidão e nos propagará até os confins do mundo. Ele me mostrou um grande número de pessoas a virem ter conosco, com desejo de viverem segundo a nossa regra. Ainda me parece ouvir o ruído dos seus passos! Enchiam diversos caminhos, vindos de todas as nações: eram franceses, espanhóis, alemães, ingleses, uma turba imensa de várias outras línguas e nações”. Ao ouvirem estas palavras, uma santa alegria se apoderou dos irmãos, pela graça que Deus concedia ao seu Santo. A prodigiosa árvore da santidade franciscana testemunha a vitalidade e autenticidade evangélica da mensagem de São Francisco.
A festa que hoje os franciscanos celebram é um convite e um estímulo a devolver a Deus o amor que Ele nos deu em Cristo, vivendo na pobreza e na humildade uma vida verdadeiramente fraterna, para que o mundo acredite, mediante este amor realizado, que o Pai ama e quer todos os homens salvos em sua casa.
Fontes: Irmãos Pobres e Roma Sempre Eterna.