Nesta semana, de hoje (1º) até domingo (3), ocorre as celebrações dos 800 anos do encontro entre São Francisco e o Sultão Al-Malik Al-Kamel. Para esse momento, ontem (28), foi publicada uma carta do papa Francisco ao cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. O cardeal é o enviado especial do Santo Padre na ocasião. "Não ceder à violência, principalmente sob pretexto religioso, mas promover a paz e o diálogo", algumas palavras contidas na carta.
O papa descreve São Francisco de Assis como um “homem de paz” que encorajava os seus frades a saudar as pessoas, seguindo os ensinamentos de Cristo. “Tinha entendido com o coração que todas as coisas tinham sido criadas por um só Criador, o único que é bom, e que “Ele é um Pai comum para todos os homens”, disse o pontífice na carta. Portanto, “desejava levar a todos os homens, com espírito jubiloso e fervoroso, a notícia” do amor indizível de “Deus Todo Poderoso e Misericordioso”. Por isso convidava o seus frades que se sentiam chamados por Deus a ir ao encontro dos sarracenos e dos não cristãos, apesar dos perigos.
Em virtude disso, e, juntamente com frei Iluminado, Francisco rumou ao Egito, em meados do século 13. Ao norte do Cairo, na cidade Damieta, Assis teve o seu encontro com o Sultão. “O servo de Deus Francisco, respondeu com o coração intrépido que não tinha sido enviado pelos homens, mas por Deus Altíssimo, para mostrar a ele e ao seu povo o caminho da salvação e anunciar o Evangelho da verdade”. E o Sultão, "ao ver o admirável fervor de espírito e a virtude do homem de Deus, o escutou de boa vontade” (São Boaventura, Lenda Maior, 7-8).
Encontro
A abertura deste ano dedicado ao diálogo ocorreu em Lahore com a presença de dom Sebastian Shaw, arcebispo dessa importante cidade paquistanesa e presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, e do padre Francis Nadeem, Custódio dos Frades Capuchinhos paquistaneses e secretário executivo da comissão episcopal para o diálogo inter-religioso. Além de numerosos franciscanos, religiosas, sacerdotes e leigos católicos, estiveram presentes estudiosos muçulmanos de várias regiões do país.
Durante o evento, em que foi apresentada uma bela pintura retratando o encontro de 800 anos atrás, o Pe. Nadeem recordou que São Francisco e Al-Kamil “se uniram em favor da paz e da tolerância em meio à atmosfera de guerra e conflito durante as Cruzadas. Deram exemplo de diálogo inter-religioso e de compreensão recíproca“.
O sacerdote anunciou para 2019 diversos seminários para crianças, jovens e estudantes universitários, envolvendo cada vez mais os cristãos e os muçulmanos num diálogo de fato.
“Pretendemos alcançar também aqueles 30% de líderes religiosos muçulmanos que são hostis em relação aos cristãos. Como São Francisco, sem medo, com a ajuda dos muçulmanos que estão do nosso lado, desejamos encontrá-los para promover a paz e a harmonia no Paquistão”.
Fonte: Vatican News e Aleteia