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15 Junho 2018

Festa e Romaria de Nossa Senhora das Cadeias pode se tornar patrimônio imaterial do estado da Bahia

Escrito por  OFMConv-Notícias

Aconteceu na ultima terça (13) na sede da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, em Salvador (BA), uma reunião para tratar a inserção dos festejos de Nossa Senhora das Candeias como Patrimônio Imaterial do estado. Esta é uma reivindicação antiga da comunidade candeiense em valorização à história e cultura da festa que arrasta multidões próximas à gruta milagrosa.

 

Frei Jorge durante a reunião para debater a viabilidade do projeto.

 

A cidade de Candeias, durante todo o ano, recebe cerca de 100 mil romeiros e romeiras vindos das mais diversas regiões do país e, por isso, a história da cidade é intrínseca com o Santuário. Desta forma, para dar continuidade às ações de inclusões dos festejos de candeienses no roteiro nacional, o Frei Jorge Luiz atuou na abertura do processo de patrimonialidade em 2017.  Com o processo aberto, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) precisa realizar algumas avaliações na cidade para avaliar se os festejos atendem aos requisitos necessários para a inclusão.

 

Histórico

Em Candeias, anualmente acontecem os festejos de Nossa Senhora das Candeias de 24 de janeiro a 03 de fevereiro. Reunindo diariamente cerca de 12 mil fiéis vindos de todo o estado, fazendo o festejo ser considerado a maior festa de devoção mariana a céu aberto do Brasil. Dizem que, por volta de 1640, um milagre aconteceu em um córrego que cortava o Engenho Pitanga. O córrego transformou-se em fonte dos milagres e recebeu o nome de Candeias, que simboliza luz. Nas terras do Engenho Pitanga, que eram de propriedade dos Jesuítas, foi construído uma capela e um engenho, mas que acabaram sendo destruídos pelos Holandeses em 1641.

Em 1760, os Jesuítas foram expulsos do Brasil, e suas foram terras leiloadas e arrematadas pelo Coronel Jerônimo Queiroz. Nessas terras, nasceu o lugarejo próximo ao rio São Paulo, que passou a chamar-se Nossa Senhora das Candeias, nome pertencente à padroeira da pequena capela existente no local. Com a vitalidade da lavoura açucareira, aumentava o número de engenhos e de lugarejos nessas proximidades. A introdução da máquina a vapor possibilitou o aparecimento das usinas, o que colaborou com a transformação daquela realidade.

Já no início do século XX, na vila de Nossa Senhora das Candeias, floresceu a Usina Pitanga, que tinha como objetivo principal escoar a produção das Usinas São Paulo e Pitanga. Foi construída a linha ferroviária, ligando a vila à capital baiana. Nesse período acontece um fato marcante, quando se propaga que uma criança cega teria voltando a enxergar ao se banhar nas águas da fonte próxima à colina onde se localiza a igreja de Nossa Senhora das Candeias. A partir desse episódio o arraial de Nossa Senhora das Candeias passou a ser visitado por Romeiros oriundos de todo o Recôncavo Baiano. Esse ritual passou a se repetir ano após ano, com as visitas dos Romeiros, modificando totalmente a realidade da vila.

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