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História de vida da Irmã Maria Eugênia do Menino Jesus, OSC

"As Misericórdias do Senhor, com Maria minha Mãe cantarei eternamente."

 

 
Nossa querida  Irmã Maria Eugênia do Menino Jesus, nasceu a 08 de outubro de 1932, em Itaiópolis, pequena cidade da diocese de Joinville e através do sacramento do Batismo recebeu o nome de Elisabetha Anna Myczkowski: filha de Francisco e Arminda Myczkowski - ambos falecidos.

Recebeu os Sacramentos da iniciação cristã na igreja da Imaculada Conceição, como presságio, sendo acolhida sob o manto do amor e ternura da Mãe de Deus, tornando-se durante toda a sua vida filha querida especial devota. Já em sua 1ª Comunhão, ouvia a voz, ainda que longínqua mas que ao longo do tempo foi se fazendo cada vez mais perceptível. A esta altura seu pai veio a falecer e foram acontecendo várias perdas na família. Mas nesse tempo forte de provação, com a sua presença silenciosa e marcante, o Senhor se colocava diante dela, amparando-a e consolando-a com seu imenso amor.

Com o passar dos anos, o apelo interior de Deus, que parecia ter se esvaído diante do transcorrer da vida, foi reavivado em seu coração ao assistir um vídeo sobre a vida de São Francisco e assim pode exclamar com ele "Meu Deus e Meu Tudo! É o que eu quero!" Viver uma grande aventura evangélica nas pegadas radicais e apaixonadas do Serafim de amor.

Aos 15 anos, pertenceu ao grupo da Pia União das Filhas de Maria. E como início de sua vida, lá estava a Virgem Maria sempre ao seu lado indicando o caminho a seguir. E desse modo foi sendo conduzida pelo Espírito de Deus de quem a Virgem Maria é Esposa pela íntima união e total entrega à Vontade de Deus. O qual sempre tem a iniciativa em nossas vidas, afinal, foi Ele que por primeiro nos amou.

Tendo participado de um encontro da Ordem III Franciscana, ouviu falar sobre a vida de Santa Clara de Assis - a primeira franciscana e ali dissipou todas as dúvidas: "Encontrei o grande amor da minha vida". Foi informada da existência das Irmãs Clarissas no Rio de Janeiro através da Irmã Silvia que disse que este era o primeiro Mosteiro da Ordem de Santa Clara no Brasil.

Surgiu a pergunta: "Como acontecerá isso? (Lc 1, 34). Se era tão grande a distância física que a separava de seu ideal de abraçar a vida clariana sob o olhar da Santa Mãe de Deus? E como na Anunciação o anjo revela Maria que para Deus nada á impossível, também para ela a misericórdia de Deus se fez sentir, pois nesse momento o Senhor colocou em sua vida uma senhora de nome Cândida que se prontificou em conduzi-la ao Rio de Janeiro dando-lhe todo o apoio para que se concretizasse nela o chamado de Deus.

Depois disso, também surgiram vozes que por meio de comentários falazes e perturbadores queriam devia-la de seu caminho de bem-aventurança, mas da mesma forma Deus se fez presente e atuante e ao contrário do que se esperava de uma jovenzinha de apenas 17 anos, a força de Deus e o seu grande amor foram maiores que tudo e todos.

Conversou com Frei Brás, e este logo mostrou prontidão em lhe ajudar no que fosse necessário, escreveu uma carta para o mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, que a aceitaram como grande alegria, e aos 11 de fevereiro de 1950 tomou parte em seu lugar no coro das virgens prudentes, iniciando o seu Postulantado na Ordem de Santa Clara, sob a benção do então Cardeal Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara. Nele encontrou a pessoa do próprio Cristo, o Divino Esposo, que a introduziu em seus átrios. Acompanhou-a durante toda a sua vida religiosa, em especial na Vestição e Profissão Solene, até quando veio a falecer em 18 de fevereiro de 1971.

No ano de 1987 lhe sobreveio um grave problema de saúde, que lhe permitiu viver pouco da experiência de dor vivida pela própria Mãe Santa Clara e por todos aqueles que se dispõem em carregar a cruz ao abraçar o seguimento de Cristo: passou por várias cirurgias de transplantes dos seus olhos vivendo por longo tempo de tensão de recuperar a vista ou perdê-la de uma vez, mas o Senhor concedeu-lhe não só a graça da recuperação mas também todos os recursos necessários por meio de médicos e benfeitores que as auxiliaram para melhor viver a vocação e missão na Igreja. Sua gratidão também à Madre Maria Pacífica por seu amparo materno nesses momentos difíceis. 

No ano de 1998, participou de um encontro de formação no Mosteiro de Anápolis, e na hora de voltar uma irmã pediu sua passagem de volta para o mosteiro do Rio, com licença das Madres assim ficou no mosteiro de Anápolis, aproveitando a ocasião para fazer um tratamento de saúde, mas também ajudando a comunidade no que fosse necessário e que estivesse dentro de suas capacidades. Permaneceu em Anápolis de 1998 a 2001, e todas as sua orações, sacrifícios, trabalhos e ações, ela ofereceu de maneira especial pelos sacerdotes, através de um amor dedicado a eles como o próprio Pai São Francisco nos deu exemplo.   

Em 7 de outubro de 2001, quando da Fundação deste Mosteiro Santa Clara do Deus Uno e Trino, aceitou o convite de participar dessa nova missão em Brasília vindo em nome do Mosteiro do Rio. Após 15 anos vividos na total doação a este Mosteiro, a irmã doença a visitou através de um vírus chamado herpes-zóster que prostrou a energia física daquela que sempre se mostrou uma pessoa forte e amante da vida. Após 30 dias de internação no Hospital São Francisco em Ceilândia, e devido a outras complicações, como pneumonia e infecção generalizada, nossa irmã Maria Eugênia retornou ao seio da Trindade sendo recebida para sempre pela Virgem Imaculada e São José onde cantará eternamente as misericórdias do Senhor.

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