Entrevistas

Província

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A Província São Maximiliano M.Kolbe celebrou no dia 02 de agosto de 2023 a festa de Nossa Senhora dos Anjos. A celebração foi realizada na Casa de Formação de Nossa Senhora dos Anjos, em Santa Maria DF. Estiverem presentes frades da Província, o Ministro Provincial fr.Gilberto, os formandos do Postulantado, o Pré-noviciado, os  frades professos e as pessoas da comunidade.

A festa do Perdão de Assis- As indulgências plenárias

Está festa celebra no dia 02 de agosto, a Festa do Perdão de Assis, Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, segundo testemunhou Bartolomeu de Pisa, a origem da Indulgência da Porciúncula se deu assim: “Em uma noite linda , do ano do Senhor de 1216, Francisco estava intimamente compenetrado na oração e na contemplação estava mesmo ali na pequena ermida dedicada a Virgem Mãe de Deus, conhecida como igrejinha da Porciúncula, localizada em uma planície do Vale de Espoleto, perto de Assis, quando, de repente, a igrejinha ficou tomada de uma luz vivíssima jamais vista antes, e Francisco viu sobre o altar o Cristo e à sua direita a sua Mãe Santíssima, acompanhados de uma multidão de anjos. Francisco ficou em silêncio e começou a adorar o seu Senhor. Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. Francisco tomado pela graça de Deus que ama incondicionalmente, responde: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero, o pior dos pecadores, te peço, que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão visitar esta Igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.

O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho, portanto, o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”. E não tardou muito, Francisco se apresentou ao Papa Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia e com candura lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e perguntou: “Por quanto anos queres esta indulgência”? Francisco, respondeu-lhe: “Pai santo, não peço por anos, mas por almas”. E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o reconvocou: “Francisco, não queres nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”. E poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse entre lágrimas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”

 

 

(☆ 12.01.1935 ⴕ 27.04.2021) 

            Celebramos hoje, 27 de abril, a memória de um ano de falecimento de Frei Francisco Kramek. Vamos então relembrar a trajetória do frade que se doou por completo e seguiu fielmente sua vocação, sempre sob o manto protetor da Virgem Maria, de quem era devoto.

            O frade teve a origem de sua vocação Missionária em São Maximiliano, seu conterrâneo, por ocasião de sua beatificação. Após a decisão da criação de uma nova missão pela Província Imaculada Conceição de Varsóvia (Polônia), sob o governo do frei Mário Paczóski. Frei Francisco se inscreveu para estar entre os novos missionários e, com grande entusiasmo, no dia 19 de dezembro de 1974, juntamente com frei Marcos Ignaszewski, Frei Eusebio Wargulewski e o Irmão Religioso Edmundo Grabowiecki, partiram em missão para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro no dia 18 de janeiro de 1975.

 

 

            Frei Francisco foi, portanto, missionário da primeira hora, compondo o grupo de missionários chegados ao Brasil três meses após a chegada do fundador da Missão, Dom Frei Agostinho. No início, residiu na Paróquia de São Sebastião, em Uruaçu (GO), entre maio de 1975 e abril de 1976. Logo depois, em 4 de abril de 1976, assumiu a Paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Rialma (GO), onde trabalhou até 27 de fevereiro de 1977, assumindo em seguida a missão de ser o primeiro Pároco Franciscano da grande Paróquia de São José, hoje Santuário, em Niquelândia (GO), no dia 19 de março 1977.

            Após anos de trabalho nas diversas realidades da Província, o frade esteve pelas últimas décadas em Águas Lindas, na Paróquia São Maximiliano M. Kolbe, exercendo a função de Vigário Paroquial. Ali ele desenvolveu longo e duradouro apostolado, até o seu falecimento, em 27 de abril de 2021, aos 86 anos de idade.

            Em sua longa vida, frei Francisco realizou muitas obras físicas, na construção e reforma de tantas igrejas e conventos, também obras intelectuais por meio dos vários livros que escreveu mas, sobretudo, se dedicou com grande zelo pela edificação da Igreja e pela propagação da fé católica.

 

 

            É inegável o seu testemunho de fé sólida e católica, bem como o testemunho de sua coerência na vivência de sua profissão religiosa. Frei Francisco manifestou, ao longo de sua vida, especial atenção pelo atendimento aos doentes e moribundos. Dentre os serviços pastorais que Frei Francisco mais realizava, até o momento de sua morte, estão as visitas aos hospitais e a Comunhão que levava aos que não podiam mais participar das Santas Missas.

            Apesar destes importantes serviços, Frei Francisco Kramek passava por grandes provações quanto à sua saúde. Diante disso, ele veio a falecer de modo repentino, no dia 27 de abril de 2021, às 18:00h, em decorrência de um infarto. O corpo do frade foi sepultado no Cemitério Imaculada Conceição, no Jardim da Imaculada na Cidade Ocidental-GO, às 16h, do dia 29 de abril de 2021.

         No Domingo da Misericórdia, dia 24 de Abril de 2022, aconteceu a posse do Frei Geraldo Leite da Silva Júnior (OFMConv.) na Área Missionária de Cacau Pirera, região de Iranduba (AM).  A Província São Maximiliano M. Kolbe do Brasil já se fazia presente no estado do Amazonas desde o ano de 2005, por iniciativa do então Bispo Emérito de Luziânia, Dom Frei Agostinho Stefan (OFMConv.) Juruá foi o  primeiro lugar da nossa Missão Amazonas. Em 2009, no Capítulo Extraordinário, a Província decidiu assumir a Missão também na Cidade de Tefé (AM).

         A  Província São Maximiliano M. Kolbe  recebeu a proposta de assumir a Área Missionária de CACAU PIRERA, em Manaus (AM). O pedido fora realizado pelo Excelentíssimo Arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom  Leonardo.  A Área Missionária de Cacau Pirera fica localizada no subúrbio de Manaus, região de Iranduba. O trabalho será realizados junto à comunidade ribeirinha.

         A proposta de assumir a Área Missionária de Cacau Pirera foi apresentada no Capítulo Extraordinário Provincial, em novembro de 2021. A proposta também foi aprovada em Definitório, realizado no mês de dezembro de 2021.

         Estaremos ampliando nossa área de trabalho missionária no Amazonas. Somos conscientes da importância deste novo trabalho junto aos mais pobres de Manaus, bem como o testemunho evangélico que possibilita sermos solidários, respondendo a essa necessidade da Igreja.

 

BREVE HISTÓRICO

 

         No dia 21 de novembro de 1968 foi lançada a pedra fundamental para a edificação da Igreja de Nossa Senhora Aparecida em Cacau Pirera. Dois anos depois, Dom João de Souza Lima presidiu a Eucaristia, inaugurando a igrejinha de Nossa Senhora Aparecida. A construção foi levada a termo por Ir. Bruna enviada pela congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, que com muita dedicação liderou também a construção da casa paroquial, do posto médico e das capelinhas da Olaria Brito dedicada a São José, assim como da Capela de Nossa Senhora de Nazaré, no Caldeirão.

          A comunidade local era formada em sua maioria por colonos e migrantes nordestinos do Ceará, da Paraíba, do Maranhão, gente de pouca posse.

          Em 1974, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria se despedem e a Diocese de Pistoia, Itália, envia dois missionários Pe. Humberto Guidotti e a Enfermeira Nádia Vettori que passam a integrar a Arquidiocese de Manaus. Pe. Humberto e Nádia se instalaram no Cacau-Pirêra. Nádia com idade de 30 anos passa a trabalhar na Vila de Paricatuba, servindo como enfermeira. E Pe. Humberto segue com os serviços pastorais.

          Em 1991, as religiosas Filhas de Sant´Ana instalam-se no Cacau-Pirêra dando continuidade à missão evangelizadora, empreendendo esforços para formação do povo. A ereção oficial da casa religiosa se deu no dia 24 de junho de 1991, recebendo o nome de São João Batista, por ser o dia de sua memória litúrgica.

          Com o apoio irrestrito de Pe. Lourenço, Irmã Zuleide assumiu a responsabilidade pela organização da Capela Nossa Senhora Aparecida, integrando-se rapidamente na comunidade. Foram criados espaços de participação, investindo na formação dos leigos, na formação da equipe de canto, nas oficinas para as aulas de violão e de teclado, iniciativa que favoreceu a criação do grupo de canto para a animação litúrgica. Irmã Zuleide permaneceu na missão até o ano de 2008, sendo transferida para o Aleixo e, posteriormente, em 2010, vai para o Rio de Janeiro. Administrar os poucos recursos sempre foi a marca da administração da Ir. Zuleide e de Ir. Regina, melhorando continuamente a estrutura física do centro social, a igreja, a cozinha comunitária, sempre motivando a participação da comunidade. As primeiras religiosas, cada uma com seu carisma, cativaram o povo, formando uma grande família.

         Em 20 de janeiro de 2003, os Padres Bruno Morandini e João Poli assumem a Paróquia de São João Batista, de Iranduba e permitiu que a Capela Nossa Senhora Aparecida, de Cacau-Pirêra tivesse autonomia de gerenciar suas atividades missionárias, administrativas e financeiras, sem depender da sede paroquial. Suas lideranças participavam das reuniões paroquiais e setoriais como se fosse uma paróquia.

          Nos anos de 2009 e 2010, Pe. Bruno seguiu acompanhando diretamente a comunidade do Cacau-Pirêra, organizando a formação para os ministros da Palavra e do Culto e ministros extraordinários da comunhão eucarística. Aos sábados, pela manhã, sempre havia a oração comum com o grupo dos ministros, visitava continuamente as comunidades e organizou a formação para os coroinhas.

          No dia 20 de abril de 2011 chegou em Cacau-Pirêra o Pe. André Jean Marie Delzelle, de nacionalidade belga que passou a conduzir a vida dessa comunidade. Aos 27 de dezembro de 2011 é erigida a Área Missionária Nossa Senhora Aparecida dada em celebração eucarística solene, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, concelebrada por Dom Mário Antônio da Silva, bispo auxiliar, por Pe. João Poli, pároco da Paróquia São João Batista, de Iranduba e por Pe. André Delzelle. Nessa celebração leu-se o Decreto de Ereção da Área Missionária Nossa Senhora Aparecida, com sede no Cacau-Pirêra.

          Pe. André empreendeu a construção de um novo Templo, maior em sua estrutura física, capaz de congregar mais fieis, para a sede da Área Missionária. Foi um ardoroso trabalho levado à frente por ele, contando com a colaboração de alguns benfeitores e da comunidade local. Sua marca foi a fundação de dezenas de comunidades em toda a extensão da Área Missionária.

          Com a transferência de Pe. André para a Prelazia do Xingu/PA, assumiu a coordenação da Área Missionária, em 2015, o Pe. Thiago Santos Alves, permanecendo pouco mais de um ano, e com ele os Diáconos Permanentes Ricardo Cesar, Ademar Mendes e Nelson Nogueira, acompanharam as comunidades e deram continuidade à conclusão das obras da Igreja de Nossa Senhora Aparecida.

          No dia 25 de fevereiro de 2018, na Celebração Eucarística Presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Sergio Castriani, Pe. Thiago se despedia da comunidade e era apresentado como Pároco da Área Missionária Nossa Senhora Aparecida, Pe. José Cândido Cocaveli de Andrade, fidei donum da Prelazia de Tefé e diretor administrativo do Instituto de Teologia e Pastoral (ITEPES), em Manaus. Pe. Cândido continua a frente dessa Área Missionária até os dias atuais.

  

COMUNIDADES

 

          A Área Missionária está dividida em 7 núcleos somando um total de 61 comunidades. Grande parte possui acesso pela rodovia estadual AM 070 adentrando diversos de seus ramais. Outras comunidades o acesso se dá via fluvial mediante embarcações.

  

 

Terça, 19 Abril 2022 17:25

Celebração da Pascoela

            Ontem (18), aconteceu a celebração da Pascoela, na Capela da Casa de Formação São Francisco de Assis, em Brasília – DF. A solenidade teve início às 11h, com a Santa Missa presidida pelo vice-formador e animador vocacional, Frei Marcos Pereira da Silva (OFMConv.). Estiveram também presentes o formador do Seminário São Francisco, Frei Flávio Freitas de Amorim (OFMConv.); o Ministro Provincial, Frei Gilberto de Jesus Rodrigues (OFMConv.), o Assistente Geral da FALC, Frei Rogério Pereira Xavier (OFMConv) e vários outros consagrados e consagradas religiosos.

           

            Em sua homilia, Frei Gilberto de Jesus lembrou da responsabilidade dos consagrados religiosos em trazerem a palavra de Cristo, que acabara de ressuscitar na Páscoa, de forma acessível para quem mais precisa. Mencionou ainda a importância do trabalho pastoral dos frades em cada paróquia e capela, bem como os que estão em Missão no estado do Amazonas, nas cidades de Manaus, Tefé e Juruá.  

            Após a Santa Missa, houve um almoço fraterno e uma pequena comemoração em homenagem ao aniversário natalício do Frei Marcos Pereira. A partilha aconteceu no refeitório da Casa de Formação São Francisco de Assis.

Quinta, 14 Abril 2022 14:21

O Senhor ressuscitou! Esperança!

       A experiência de Semana Santa vivifica nossa fé de cristãos e, consequentemente, nossa missão de religiosos. Ela nos motiva a vivermos junto com o povo de Deus nas celebrações e na vida de comunidade religiosa. É um tempo especial, no qual crescemos humanamente, espiritualmente e vocacionalmente.

       A fé que adquirimos pela experiência religiosa não só nos aprofunda, mas nos motiva a ajudar os irmãos e ressignificar suas vidas pelo valor de Ressurreição do Senhor. O relato da paixão e ressurreição vividos na Semana Santa nos dá condições de olharmos a postura de Cristo e ver nossa vida na perspectiva da esperança.

       Em meio aos diversos processos de desafios e renúncias pessoais daquilo que teríamos direito, nos são dados outros direitos e, junto a eles, a garantia da vida eterna. É isso que nos diz o Papa Francisco, na carta encíclica Fratelli Tutti: “A esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna. Caminhemos na esperança!”. Papa Francisco (Nº 55. 2020).

       O Evangelho de São Mateus (28,9) diz que Jesus aparece às mulheres que haviam encontrado o túmulo vazio e chama atenção para a postura delas “‘Alegrai-vos!’ As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.”. Aproximar, prostrar e abraçar são as reações do encontro com Ressuscitado como resposta real a Cristo. Jesus pede que as mulheres anunciem aos irmãos: “Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam a Galileia. Lá me verão” (Mt 28,11).

       A Galileia era o lugar os pecadores e pagãos, mas é lá que encontrarão o Cristo Ressuscitado. A pandemia que vivemos tem criados situações de paganismo, de ideologismo, mas também oportunidades de encontrar Cristo Ressuscitado através da solidariedade, da compaixão, da caridade e da sensibilidade pastoral de muitos confrades. Eles têm testemunhado sua dedicação em servir ao povo de Deus e sua comunidade conventual.

       De fato, a Ressurreição exige que nos aproximemos do Senhor e possamos ter a atitude das mulheres descritas no Evangelho, que se aproximaram de Cristo, prostraram-se diante dele e o abraçaram!

Sexta, 01 Abril 2022 19:09

Semana Santa

       A Igreja Católica dá início à Semana Santa no Domingo de Ramos, no dia 10 de abril e se estende até o dia 17 de abril, domingo de páscoa.  A Semana Santa é o momento central da liturgia católica romana e é a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

       Para ajudar a compreender o sentido litúrgico deste momento, o portal da CNBB traz o significado de cada dia da Semana Santa.

Domingo de Ramos

       O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.

Segunda-feira Santa

       Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.

Terça-feira Santa

       A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa

       Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Quinta-feira Santa

       Santos óleos – Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.

       Lava-pés – O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre, que lava os pés de algumas pessoas da comunidade, está imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.

       Instituição da Eucaristia – Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.

       Instituição do sacerdócio – A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

       Sexta-feira Santa – A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.

       Via-sacra – Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas a encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.

Sábado Santo

       O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.

       Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

       Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.

       Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

       Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

       Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).

Domingo da Ressurreição

       É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.

 

Fonte: CNBB

            No dia 20 de março, lembramos o aniversário de 11 anos de morte de Dom Frei Agostinho Stefan. Em sua homenagem, será celebrada a Santa Missa no Santuário São José, em Niquelândia (GO), presidida pelo Ministro Provincial, frei Gilberto de Jesus (OFMConv).

História de Dom Agostinho 

           Dom Frei Agostinho nasceu aos 29 de novembro de 1930, foi o primeiro missionário da fundação que hoje é a atual Província São Maximiliano Kolbe do Brasil dos Franciscanos Conventuais. Aos 16 anos de idade, foi ungido com o óleo do Crisma e neste mesmo período de sua adolescência, entrou na vida religiosa franciscana, após ter sido recusado duas vezes por falta de escolaridade mínima e idade adequada. Mas isso não foi suficiente e o mesmo foi acolhido na Ordem dos Frades Menores Conventuais em agosto de 1948.

            Aos 31 de agosto de 1951, Frei Agostinho professou seus primeiros votos e os votos solenes, professou aos 04 de outubro de 1953, festa de São Francisco de Assis.

            Em 1958 foi ordenado diácono na Catedral de Varsóvia e no mesmo ano aos 3 dias de agosto de 1958 aconteceu sua ordenação presbiteral. Sua formação intelectual e acadêmica inicia-se nos cursos seminarísticos para a ordenação presbiteral, porém, se estendem na Universidade Católica de Lublin onde fora enviado pelos superiores a cursar a Teologia Fundamental concluindo assim, seu mestrado em 1962 e o doutorado aos 13 de junho de 1966.

            Sua atividade pastoral desde o início de seu ministério franciscano é marcadamente a formação religiosa e por esta manteve-se por sete anos mestre de noviços da Província de Varsóvia. Neste mesmo período São Maximiliano foi beatificado, mais precisamente aos 17 de outubro de 1971. A beatificação desse novo santo franciscano impulsionou a Ordem pelo mundo afora.

            Após alguns estudos preliminares, a Província de Varsóvia escolheu o Brasil para uma nova missão e Frei Agostinho foi enviado para dar início à missão nestas terras. Assim, aos 4 de outubro de 1974 partiu para o Brasil a bordo do navio italiano Cristóforo Colombo. Depois de 12 dias de travessia do Atlântico, aportou no Rio de Janeiro aos 16 de outubro de 1974. Aos 29 de maio de 1975, Frei Agostinho se instala com mais 4 frades em Uruaçu - GO.

            Desde então, Frei Agostinho tornou-se o presbítero pioneiro da evangelização na vasta área populacional que vai de Luziânia até o Valparaíso de Goiás. Em 1983 na alegria dos começos franciscanos da Missão no entorno de Brasília, e com as bases estruturadas do Convento da Imaculada Conceição (Jardim da Imaculada), Frei Agostinho tem a alegria de ser o Primeiro Custódio nomeado da Custódia de São Maximiliano do Brasil. Passado esta fase, Frei Agostinho aos 29 de março de 1989 é nomeado pela Sé Apostólica, Bispo Diocesano de Luziânia - GO, recém criada diocese, da qual ele foi fundador. Desde então serviu incansavelmente o povo do entorno de Brasília na Diocese de Luziânia por 15 anos [1989-2004] até sua aceitação de renúncia pela Sé Apostólica aos 25 de agosto de 2004, completando, desta forma seus 30 anos de missão no Brasil.

            A partir de sua aceitação de renúncia, iniciou-se uma nova e impressionante etapa de sua vida ao serviço de Deus e da humanidade. É o sonho da missão da Amazônia. Frei Agostinho partiu, no dia 01 de janeiro de 2005, para a prelazia de Tefé no Amazonas.

            Mais tarde, após um ano de serviço simples e despojado de D. Frei Agostinho em Juruá, o mesmo começa sua via crucis da saúde com uma simples hepatite, devido à contaminação da água. Depois, no início de 2008, uma surpresa após a chegada de Frei Janusz Daneck para a missão em Juruá, D. Frei Agostinho se sente mal e parte para Tefé e Manaus no dia 17.03.2008, onde é operado pela primeira vez no intestino.

            Após sua estável melhora D. Frei Agostinho veio para Brasília, preparando antes de tudo sua comemoração dos 50 anos de vida presbiteral, que teve como ponto de partida a celebração eucarística e a festa de seu jubileu no dia 31 de maio de 2008, no Convento da Imaculada Conceição de Maria, o Jardim da Imaculada por ele fundado em 1977. Após a celebração do jubileu, refez os exames médicos, foi convocado para outra cirurgia e internado aos 25 de fevereiro de 2009 no Hospital de Base em Brasília - DF.

            Estando em Brasília na Cúria Provincial pode novamente, com a sua família franciscana, concluir seus 80 anos de vida, onomástico que celebrou dia 30 de agosto de 2010, no Santuário São Francisco de Assis em Brasília. Um mês depois de sua festa de 80 anos, D. Frei Agostinho partiu novamente para Juruá - AM. Ali permaneceu contente, feliz pelo retorno e agradecido pelos vários momentos que o Senhor lhe preparou dentro da vida missionária franciscana.

            No dia 20 de março de 2011, às 6h37min, faleceu na Paróquia N. Senhora de Fátima em Juruá (AM). D. Frei Agostinho partiu no aconchego da família franciscana que o gerou para o serviço do Reino de Deus. Em 07 de setembro de 2016, a fim de cumprir o pedido capitular, os restos mortais de Dom Frei Agostinho foram transladados para a Igreja Matriz de Juruá - AM. Ali em seu jazigo repousa seu corpo sob forte impulso devocional do povo da cidade.


       No dia 21 de fevereiro, aconteceu a Santa Missa Votiva ao Espírito Santo, na Cirpta do Santuário São Francisco de Assis, na Asa Norte e início das aulas presenciais no Instituto São Boaventura (ISB). A Santa Missa foi celebrada por Dom Joel Portela, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário geral da CNBB. Concelebrando, tivemos a presença do Vigário Provincial e reitor da Casa de Formação São Francisco de Assis, Frei Flávio Amorim (OFMConv.); do reitor do ISB, Frei Emanuel Afonso (OFMConv.) e também dos professores presbíteros.

       Após a Missa, tivemos a Aula Inaugural no auditório, conduzida também por Dom Joel, com a temática “Implicações sinodais no ambiente acadêmico: comunhão, participação e missão”. A ocasião foi propícia para aprofundarmos a questão sinodal da Igreja e procurarmos crescer sempre mais na comunhão, aspecto principal da sinodalidade, como bem afirmou Dom Joel.

       Estamos na terceira semana desde o retorno das aulas presenciais de nossos alunos da Teologia e Filosofia. O retorno aconteceu sempre observando as orientações e protocolos sanitários da OMS para a prevenção do Covid-19, tais quais: distanciamento social, uso obrigatório de máscaras, o uso de álcool 70 nas mãos, higienização constante de todos os espaços e afins.

       Desejamos aos nossos alunos as boas-vindas e um excelente novo ano letivo. Que o Espírito Santo derrame os dons necessários para o aprofundamento da fé e para o conhecimento de Deus.

 

Adaptado de: @institutosb

 

Terça, 08 Março 2022 17:01

O tempo da quaresma

            Caríssimos, o termo “QUARESMA” nos remete aos quarenta anos do Êxodo do povo eleito rumo à terra prometida; nos remete também aos quarenta dias da de jejum e penitência do Patriarca Moisés antes de receber as duas tábuas com os dez Mandamentos da Lei de Deus, e por fim, nos remete aos quarenta dias e quarenta noites que o Senhor Jesus passou no deserto em oração, penitência e escuta da vontade do Pai, antes de dar início ao seu ministério do anúncio do Reino de Deus e da sua justiça. Aliás, após o seu tempo quaresmal, o Senhor começa o seu anúncio com a seguinte exortação: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”. (Mc 1,15).

            De fato, a quaresma é um tempo privilegiado de conversão, de combate espiritual, de jejum medicinal e curativo, e sobretudo tempo de escuta da Palavra de Deus, que é a sua voz escrita nos falando diretamente, e de uma catequese mais aprofundada que nos recorda os grandes temas batismais em preparação para a Páscoa. Nesse tempo o povo de Deus empreende um esforço exigente, porém, libertador, que deve abri-lo ao chamado do Senhor e da comunidade cristã. Privando-se do alimento terreno nas múltiplas formas que se lhe apresentam, aprenderá a saborear, acima de tudo, o Pão da Palavra de Deus e o Pão da Eucaristia, alimentos da alma a caminho da vida eterna, desse modo, sentirá o dever de compartilhar os bens deste mundo com os mais necessitados.

            Com efeito, são três os fundamentos dos exercícios quaresmais pelos quais nos entregamos inteiramente a Deus para acolher a sua vontade e realiza-la por meio da nossa prática de vida, a saber: oração, penitência e esmola. A primeira delas, a oração, é um encontro filial feito com o Senhor no coração da nossa alma que é a nossa consciência por onde passa todos os pensamentos e de onde nascem as nossas escolhas e decisões, e o estado de alma que resulta da nossa prática da fé; desse modo, quem vive fielmente em oração, isto é, em encontro-diálogo permanente com Deus, tem por suas inspirações a mais perfeita conduta baseada nesse colóquio santo.

            De certo, para esse encontro filial com o Senhor, precisamos calar todos os pensamentos vãos, desordenados e estranhos, se desligar das preocupações, ansiedades e medos; e numa entrega total e confiante, silenciar a nossa mente porque é nos silêncio sagrado da oração que Deus nos fala pela inspiração do Espírito Santo, tendo como base a sua voz escrita, na Sagrada Escritura, por isso, se faz jus rezar com a Sua Palavra, nos salmos, nos Evangelhos, nas Cartas dos Apóstolos ou algum livro do Antigo Testamento. Por fim, rezar é amar, é fazer a vontade de Deus, é um encontro pessoal ou comunitário com Ele, é um diálogo amoroso que realmente transforma a nossa vida interiormente e exteriormente, porque se a nossa oração não transformar a nossa vida para melhor, se torna uma oração vazia, sem fruto algum.

            O segundo o exercício quaresmal é a penitência ou jejum; que não significa somente privar-se de algum alimento, mas, mortificar o que em nós não é a vontade de Deus, como nos ensinou são Paulo: "Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria. Dessas coisas provém a ira de Deus sobre os descrentes. Outrora também vós assim vivíeis, mergulhados como estáveis nesses vícios. Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca, nem vos enganeis uns aos outros. Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios, e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento." (Col 3,5-10).

            O terceiro e último exercício quaresmal, é a esmola; pois, fazer o bem, é o critério que autentica a nossa fé, uma vez que Deus nos criou somente para fazermos o bem e sem olhar a quem e sem esperar recompensa ou agradecimento, porque quem faz o bem, é recompensado por Deus pelo bem feito, ou seja, se sente bem, como nos ensinou são Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,7-10). E ainda: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).

            Portanto, caríssimos, o ápice da nossa fé, é o nosso encontro pessoal com o Senhor Jesus na Eucaristia, porque comungar o Senhor, é ser um só com Ele, é ser o seu sacrário vivo, e leva-lo à todas as pessoas que encontrarmos neste mundo. Destarte, celebrar a Eucaristia nesse Tempo da Quaresma, é percorrer com o Senhor Jesus o itinerário da provação que pertence à Igreja e pessoalmente a cada um de nós que professamos a fé; é assumir decididamente a obediência filial ao Pai, e o dom de si aos irmãos e irmãs, porque isso constitui o nosso sacrifício espiritual. Desse modo, ao renovarmos os compromissos do nosso Batismo na noite pascal, poderemos “fazer a passagem” para a vida nova com o Senhor ressuscitado, para a glória do Pai, na unidade do Espírito Santo. (*)

Uma santa e perseverante quaresma para todos...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

(*) Fontes de inspiração: A Bíblia Sagrada e o Missal Romano.

 

             No dia 27 de fevereiro, domingo, Frei Gastone Pozzobon (OFMConv.) celebrou sua primeira Santa Missa em Juruá (AM). O frade é membro da Província Italiana de Santo Antônio de Pádua dos Frades Menores Conventuais e agora integra a nossa comunidade missionária no estado do Amazonas. Por esse motivo, trouxemos um resumo auto biográfico de sua trajetória com um franciscano missionário.

            “Nasci em Camposampiero, em 1942, e aos dez anos e dois meses entrei no seminário dos Frades Menores Conventuais, permanecendo 16 anos na formação. Minha Profissão Simples aconteceu em 29 de setembro de 1960 e a Profissão Solene, em 4 de outubro no ano de 1964.

            Aos 26 anos, fui ordenado sacerdote. Desde início do meu sacerdócio fui enviado ao seminário menor como assistente e professor de matemática. Uma reflexão: como foi triste o meu primeiro compromisso!  Eu, cheio de entusiasmo, fui obrigado a ficar com os pequenos vocacionados. Permaneci apenas por um ano.

            Em agosto de 1970, os superiores me enviaram aos Estados Unidos de América pra estudar sociologia. Após a conquista de dois diplomas na língua inglesa, acompanhei os estudos de sociologia na universidade de Saint Luis, no estado de Missouri. Eu morava no quarteirão negro, mas fiquei por lá por um ano apenas, devido às dificuldades de integração racial. Eu, branco, fui visado e assaltado enquanto voltava para casa à noite.

            Pedi transferência pra Chicago e fui para o estado de Illinois. Frequentei a Loyola University por dois anos. Consegui o diploma de mestrado em sociologia.

            Voltei pra Roma (Itália) e o Ministro Geral da Ordem me deu o cargo de vice-reitor dos filósofos e teólogos do colégio internacional em Roma. O reitor tinha desistido do cargo e eu fiquei sozinho como formador. O Ministro Geral queria como reitor um frei estrangeiro, sendo o Colégio Internacional aberto à todas as presenças franciscanas do mundo. Também, me foi dada a possibilidade de lecionar como professor de sociologia. Durante este período, consegui o doutorado em sociologia na Universidade Estadual de Roma, em junho de 1975.

            O Papa Santo Paulo VI instituiu 1975 como o ano santo. Durante esse ano, fui escolhido pelo Papa como confessor extraordinário na Basílica de São Pedro. Foi uma experiência enriquecedora. Gostei de verdade de poder derramar a misericórdia do Senhor nas almas de muitas pessoas: clérigos e leigos.

            O Senhor estava me moldando pra ser missionário "ad Gentes". Em 27 de setembro de 1976, eu pude partir pra a Zâmbia, na África, como missionário. Vivi por lá por 16 anos. Durante dois desses, ensinei sociologia no seminário maior da Diocese de Lusaka, capital do país.

            Os dois anos se passaram e Dom Milingo me ofereceu um terreno onde eu, como franciscano, iniciei a formar uma paróquia. O tempo que passei em Lusaka-Makeni foi suficiente pra construir uma bonita Igreja dedicada a Jesus o Salvador. Exatamente no dia da inauguração, o superior me trasferiu pra outra comunidade, dedicada à Santa Tereza, no interior.

            Ali dei assistência religiosa aos leprosos, do leprosário de Chibote (=paz) e aos cegos no vilarejo de Masaiti. Foi uma experiência única na minha vida como missionário, que durou quatro anos. Novamente fui transferido pra uma comunidade de periferia, na cidade de Luanshya. Nesta comunidade permaneci por 12 anos, favorecendo o desenvolvimento de vários projetos sociais.

A saber:

  1. Projeto central pra combater a fome, providenciando 600 pratos de comida preparados pelo zelo das irmãs franciscanas;
  2. A restauração da Igreja Santo Antônio com as salas catequéticas e o salão;
  3. A construção da Igreja dedicada a São Maximiliano Kolbe da nova paróquia, no bairro Mboya.

      Depois da minha missão na África, que durou 16 anos, fiquei doente na Itália. Ainda lá, me recuperei de saúde. Em 1993, parti para o Brasil. Cheguei na cidade de Guaraniaçú (PR), onde fiquei por quatro anos zelando, de modo especial, das capelas do município de Diamante do Sul. Ainda não tinha paróquia, mas a minha presença ajudou muito pra estruturar o lugar como sede da nova paróquia.

      Deixei Guaraniaçú após quatro anos e o novo compromisso foi de assumir a paróquia de Ubatuba (SP). Permaneci por lá de 1998 a 2005. Foram sete anos, nos quais grande parte do meu tempo fora empenhado na construção da igreja de N. Sra de Fátima, no bairro de Ipiranguinha e na restruturação do interior da Igreja Matriz com a construção do novo altar dedicado a São Maximiliano Kolbe.

      Terminado os sete anos de vivência em Ubatuba pedi pra fazer uma experiência missionária no Mato Grosso. Frei Bruno Manzoni, ex-ministro provincial, preparou o meu caminho para entrar na diocese de SINOP, cujo Bispo era Dom Gentil de Lazari. No dia 13 de Março de 2005, entrei na paroquia São Pedro de Nova Bandeirantes, localizada a 525km de Sinop. Nesta paróquia fiquei por dezesseis anos, estruturando a Paróquia com a construção da Igreja Matriz, o salão e o centro catequético com 23 novas capelas.

      Os anos passaram rápidos e concluindo a minha experiência no Mato Grosso, pedi pra fazer uma outra experiência, mais severa na Ilha de Juruá, na Amazônia. É onde estou atualmente."

      "ESPERO SER UM MISSIONÁRIO - ESPERO QUE O POVO DE DEUS SEJA SEMPRE MAIS EVANGELIZADO."

Quinta, 10 Fevereiro 2022 19:26

Projeto de estudos na Polônia

       O Projeto de estudos na Polônia é dirigido aos frades da Casa de Formação Seminário São Francisco de Assis. No dia 09 de fevereiro, os frades Joaquim e André Salomão partiram para Polônia, objetivando a experiência de estudar teologia e aprender a língua polonesa.

       O projeto renasceu no ano de 2021, em uma vídeo conferência entre o Ministro Provincial de Brasília, Fr. Gilberto de Jesus e o Ministro Provincial frei Gregório B, da Província Imaculada Conceição – Varsóvia Polônia. Esse acordo entre os provinciais relembra a primeira experiência de nossa jurisdição há algumas décadas, onde Fr. José Arimateia e Fr. Roberto foram também estudar na Polônia.

       Nos próximos nove meses, os frades se dedicarão ao estudo da língua polonesa. A partir de outubro, eles iniciarão o estudo da teologia. Nossas orações para o Frei Joaquim e Frei André Salomão.

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