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23 Dezembro 2020

Carta do Ministro Provincial por ocasião das Festas Natalinas

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Caros confrades, nos aproximamos da “Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Nascerá em meio as nossas realidades o “Sol da Esperança”, o “Sol que nasce do Alto”, que é Jesus o Filho de Deus feito homem, como afirma o Evangelho da noite do Natal: “O Sol que nasce do alto nos visitará para iluminar [...] dirigir os nossos passos” (Lc 1,76). Às vésperas da passagem de mais um ano, neste tempo natalino, refletimos as conquistas e os desafios enfrentados ao longo de um ano atípico a nível mundial, nacional, regional e local.

Escutamos a partir da oração de São Francisco de Assis, diante do crucifixo, o pedindo que a luz do Senhor ilumine o seu coração: “Iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito”. Assim também, temos a esperança nessa luz que inspira nossas ações de religiosos franciscanos! Houve, de fato, diversos desafios, nos quais vimos expostas nossas fragilidades humanas, nossas dificuldades, mas também muitas vitórias na vivência religiosa provincial. Neste tempo de pandemia, Deus iluminou inúmeros confrades, que nas diversidades de seus carismas tornaram possíveis o apostolado e a vida fraterna, pois se colocaram como sinal de transformação e luz diante das incertezas deste tempo.

Adentramos nesse tempo de Natal, ardorosos na esperança e na confiança, conscientes de um recomeço iluminado por Aquele que é a Luz do mundo e crendo nas palavras do Evangelho do dia do Natal, quando São João aponta a Palavra Encarnada diz que, é Jesus a luz do mundo “Tudo foi feito por ela [...] Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo1, 3-4). Nessa Esperança, nasce em nossos corações de frades, de homens consagrados, inspirados pelos Conselhos Evangélicos – de pobreza, obediência e castidade –, a renovação de nossas convicções pessoais e vocacionais e abrindo-nos às “realidades do céu”.

Como homens de fé, somos exortados a viver esse Natal como meio para o “encontro”; como condição de transformação para um novo “estado de espírito”, possibilitando o “ser religioso franciscano”, na comunhão com Deus e com os irmãos na fraternidade. Em sua Encíclica Fratelli Tutti (n. 106), o Papa Francisco afirma: “A fraternidade universal, há que fazer um reconhecimento basilar e essencial: dar-se conta de quanto vale um ser humano, de quanto vale uma pessoa, sempre e em qualquer circunstância”.

O Natal do Senhor, é um convite especial a transcender nossas ações festivas, valorizando o encontro com Aquele que é a Luz, Jesus Cristo! Iluminamos as trevas em nossos corações, vivendo a experiência desse encontro, permitindo refletir nossas diversas fragilidades: egoísmos, individualismos, partidarismos, para dar lugar a “Teologia do Encontro”. Encontro com Deus que continua a nos falar todos os dias “Ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas” (Hb 1,1). E o encontro com o outro na vida fraterna!

É tempo de novas oportunidades, é tempo de renovação da vida cristã, de dar sentido a nossa religiosidade. Somos chamados a revelar essa luz aos homens e ainda mais a revelá-lo na fraternidade. São Francisco de Assis nos diz no seu Testamento, n. 14: “O Senhor me concedeu irmãos”; o desafio nesse Natal é valorizarmos a fraternidade, mesmo que seja desafiador, exercer esse dom recebido com gratidão, como caminho de construção, todos nós temos um compromisso com a vida fraterna.

Que esse espírito natalino, nos torne solidários no apostolado, que emana de um convívio harmônico da comunidade, sendo solícitos nos exercícios pastorais, testemunhando a vida conventual. Não esqueçamos, o que nos ensinou o Seráfico pai são Francisco na Regra Não-Bulada, IX 11, “Que cada um seja chamado a amar e a alimentar o seu irmão, assim como a mãe ama e nutre o próprio filho”. São Francisco nos ensina que nossa inserção na fraternidade, nos pede disposição, coragem e entrega na vida fraterna. De fato, a abertura dos nossos corações ao Nascimento do “Menino Deus”, terá sinais significativos em nossa existência se contribuímos para ninguém seja excluído, para que tenha oportunidade no convívio fraterno, seja a nível local, regional ou provincial!

Desejo aos confrades que a luz de Cristo, Feliz Natal! Paz e Bem!

 

Frei Gilberto de Jesus (OFMConv)

Ministro Provincial

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