Aconteceu ontem (22) a Santa Missa e aula inaugural do Instituto São Boaventura (ISB). A celebração foi presidida pelo Frei Gilberto de Jesus, Ministro Provincial, e concelebrada por demais frades presentes. Dentre eles, Frei Clévis Mafra, Custódio do Maranhão; Frei Lanoil, formador do noviciado em Santa Maria; Frei Enis Cláudio, vice formador do noviciado; frei Flávio Amorim, formador do pós noviciado na Asa Norte; Frei Mayko Ataliba, vice formador do pós noviciado e Frei Paulo Maria, secretário provincial. Estiveram também presentes nossos irmãos do Instituto Divino Mestre, alguns Pavonianos, professores a alunos leigos.
A Santa Missa foi seguida da aula de abertura do ano letivo de 2021. A aula inaugural aconteceu no auditório do ISB, respeitando o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras pela segurança dos presentes.
O ISB completou seus 25 anos. A sua origem é datada no ano 1995, quando o então Custódio, frei Miescislaw Tlaga, designou ao frei João Benedito, a importante e grande missão de criar uma instituição de ensino para os frades presentes e futuros da Custodia ou Província. Nestes 25 anos se formaram inúmeros religiosos, religiosas, sacerdotes e leigos. O ISB se tornou um grande centro de estudo acadêmico para seminaristas em Brasília ao longo dessas duas décadas e meia.
A Província confia uma importante missão ao frei Emanoel Afonso, como Reitor do Instituto São Boaventura neste ano de 2021. Ele tem o desafio de proporcionar o crescimento, favorecer a qualidade do ensino, mantendo a capacidade de pesquisa e reflexão, sem perder a essência religiosa. Tem ainda a missão de lutar pelo credenciamento dos cursos junto ao MEC. Na Santa Missa da Cátedra de São Pedro lembramos a fala de São Francisco de Assis a Santo Antônio: Chamando Santo Antônio de seu bispo e pedido que ensinasse a sagrada teologia sem perder o espírito de oração. O ISB guarda esse pedido de avaliar a necessidade extrema de valorizar os estudos sem perder a essência e valores religiosos.
O grande ideal do Instituto São Boaventura tem sido aliar a capacidade de pesquisa, diversidade filosóficas e teológicas, sem perder o censo religioso. Por isso, rezamos a Santa Missa de abertura ontem (22) para que a graça de Deus acompanhe a Direção, os professores e alunos neste ano acadêmico.
Como estudantes de filosofia e/ou teologia é necessário sempre lembrar o projeto assumido pelos religiosos. Com certeza precisamos do conhecimento, mas não podemos abandonar a verdade revelada, que pode ser confrontada, mas de forma alguma deve ser negada. Como Província e Ordem, o Instituto São Boaventura permanece fiel à Igreja e aos valores, deixando sempre fecundar a razão, a pesquisa, a investigação e a intuição acadêmica, mantendo sempre a perene novidade do Evangelho de Cristo.
E necessário ter clareza e consciência de que a existência de um Deus que é amor, pressupõe uma verdade a ser buscada, valorizada e amada no estudo acadêmico.
É necessário seguir a verdade desse Deus, não de forma individualista, numa lógica competitiva, mas na consciência de sermos teólogos e filósofos que buscam a verdade. Não podemos fazer com que nosso estudo seja uma busca por uma ilusão, criando teologias ou filosofias próprias ou ainda usando sua ideologia como verdade pessoal, mas com a consciência que estamos mergulhados num mundo acadêmico, de muitas possibilidades, mas com uma verdade revelada. Alguns de nossos estudantes, religiosos ou leigos têm investido em seu estudo acadêmico a três, quatro, sete anos. Outros iniciam agora, sendo 2021 o primeiro ano. O importante a vocês que investem suas vidas no estudo, é não perder a centralidade do projeto religioso, o senso de fé deve sempre estar em vossos corações, ainda que na empreitada dos estudos.
O estudo e a pesquisa são imprescindíveis ao repensar os grandes temas da fé cristã. Dentro de uma cultura profundamente transformada, devido ao desenvolvimento científico, técnico e dentro de uma cultura cristã onde nasceram visões distorcidas do Evangelho que sugere tantas denominações religiosas.
A filosofia e a teologia ajudam todos os cristãos a anunciar o rosto salvífico de Deus. Um Deus misericordioso, que mesmo diante das diversidades de teorias e compreensões tão presentes na atualidade, é um Deus real, com presença teológica.
O Papa Francisco, no Vaticano News 29 de dezembro de 2017, no discurso aos teólogos, que se estende também aos filósofos, diz que “(...) não se deve perder a capacidade de maravilhar-se nos estudos. Pois o estudo da teologia e da filosofia deve ser realizado de joelhos e na Igreja, pois a teologia nasce e cresce de joelhos" indicando que, embora seja necessário no mundo acadêmico "arriscar-se nas discussões" e nas teorias, é importante nunca levá-la ao povo de forma especulativa, pois o povo já deve receber um alimento sólido que nutre a fé. Portanto, se aprende a discutir, aprende a reconhecer os valores do conhecimento acadêmico, devolvendo como tesouro ao povo. O estudo acadêmico é bom, é necessário para abrir os horizontes, mas não se pode esquecer as verdades fundamentais que regem a vida do religioso como diz São Boaventura: "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça de Deus.” Por isso, desejamos que todos os alunos – leigos e religiosos – nosso corpo docente e cada um dos formadores tenham força e fé para o início desse ano acadêmico.
Paz e Bem.
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