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26 Setembro 2022

História de São Francisco de Assis

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            São Francisco de Assis nasceu em 1182, em Assis, Itália. Seu pai era Pedro Bernardone, um rico comerciante que trazia tecidos da França, era da ascendente burguesia da época. Sua mãe era dona Pia, mulher dócil, culta, mas pouco se falar dela nas biografias de São Francisco de Assis.

            O Jovem Francisco era de família rica e ele vivia uma cultura de esbanjamento e ostentações da juventude da época. Não demostrava interesse nos negócios de seu pai, muito menos nos estudos. Francisco tinha o sonho de ascender na classe social, tornando-se um nobre, então tornou-se cavaleiro.

            Quando Francisco estava com seus vinte anos, iniciou-se uma guerra entre as cidades italianas Perugia e Assis. Ele lutou na guerra entre as duas cidades e, após Assis ser derrotada, ele se tornou prisioneiro. Depois foi resgatado por seus familiares e pensou novamente em retornar à guerra, mas em 1204, caiu enfermo e ouviu a voz de Deus que lhe disse em sonho: Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao Criador?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em Criador?”

            Assim inicia-se o processo de conversão, no qual ele vai se afastando dos amigos, intensifica a vida de meditação, orações e vive na companhia dos pobres e dos leprosos.  Um dia na Igrejinha de São Damiano, meditando ouve a voz de Cristo que diz "Francisco, reconstrói a minha Igreja” (BOAVENTURA, São. LEGENDA MAIOR. 2,1). Enquanto restaurava a Igreja de São Damião, ele dizia: "Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se glorificará o Senhor e a Igreja". A profecia se confirmou cinco depois com Santa Clara e suas religiosas.

            Neste processo de conversão, São Francisco também buscava a leitura do Evangelho e, consequentemente, dava especial atenção aos pobres. Um dia, decidiu dar aos pobres os tecidos do pai. O pai, ao saber, o levou até a autoridade do bispo e exigiu que devolvesse. Ávido pela ganância, o pai pediu que renunciasse sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: "As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las". Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tens sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus’.” Deste dia em diante, Francisco passou a viver com simplicidade, pedia esmola, comida e pedras, porque se dedicava a reconstrução das Igrejas em ruínas como a Igreja de São Damião, Igreja de São Pedro e Santa Maria dos Anjos. Alguns achavam que havia se tornado louco, perdido a razão, mas por traz de todas as decisões do jovem Francisco estavam uma experiência profunda de Deus.

            Em 24 de fevereiro de 1208, na missa na Igreja Nossa Senhora dos Anjos, na Porciúncula, ele escutou o Evangelho no qual Jesus envia o discípulo à missão: "Ide a pregar, dizendo: o Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias...”. Após a orientação do sacerdote ele disse: “É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo de todo meu coração” (1Cel 9,22). Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão, sua túnica de eremita, colocou uma túnica de camponês e colocou uma corda na cintura. Descalços torna-se um pregador ambulante, anunciando a Paz e Bem. Durante o ano de 1208, surgiram os primeiros dez discípulos que, segundo registram alguns documentos, “Foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e santos”.

            O próprio Francisco disse em testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções, e não queriam mais nada”.

            Em 1209, São Francisco de Assis redigiu uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos evangélicos, a que pudessem alcançar a perfeição e foram à Roma apresentá-la ao Sumo Pontífice.

          A santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu também a jovem Clara que, em 1212, com seus 17 anos, deixava a família e na Igreja Nossa Senhora dos Anjos, na Porciúncula fazia um voto de consagração a Deus, cortando os cabelos, diante de São Francisco  e os companheiros.  Nascia assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, as Clarissas.

            Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que "Ante os olhos de Deus, o homem vale pelo que é e não mais". Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo. Ele tinha proximidade com a natureza. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um retorno a um estado de inocência, pois tinha consciência de que Deus é o Sumo Bem e que toda criação provém de Dele.

 

 A Espiritualidade de São Francisco

            Espiritualidade São Francisco de Assis é fruto de uma experiência e contato com evangelho de Nosso Senhor. É uma espiritualidade cristocêntrica, na qual toda a sua compreensão pelo sagrado está no encontro com Jesus. Resumem-se em três instâncias a representação da revelação e a Missão de Cristo, sendo elas:

  1. A ENCARNAÇÃO - O Filho de Deus sendo rico, estando no céu, deixa sua riqueza para vir ao encontro do homem. Deus presenteia o homem com a vida do Salvador, por isso o natal será significativo para São Francisco por fazer memória à bondade e misericórdia de Deus.

 

  1. A PAIXÃO – São Francisco de Assis contempla o amor de Cristo à humanidade na cruz, se doa plenamente por amor ao homem. Ele compreende uma espiritualidade onde os sofrimentos da vida presente, as cruzes diárias e as enfermidades são oportunidades de nos assemelharmos a Cristo, que sofreu na cruz para nos salvar.

 

  1. A RESSURREIÇÃO - Que Cristo está vivo por meio de seu Espirito Santo e a Igreja é o lugar de ação do Espirito Santo. Por isso, seu amor ao sacramento, amor à Palavra de Deus, amor à Igreja ao Santo Padre, o Papa, são meios de estarmos em comunhão com Deus.

 

O dom da profecia, milagres e sabedoria de Deus.

            Profecia/Milagres: Curou, com um beijo, o câncer que havia desfigurado o rosto de um homem. São Boaventura comentou para São Francisco de Assis: "Não se há que admirar mais o beijo do que o milagre?"

            Dom da sabedoria: Certa vez, um frade lhe pediu permissão para estudar. Francisco respondeu que, se o frade repetisse com amor e devoção a oração "Glória ao Pai", se tornaria sábio aos olhos de Deus.

 

Fundação da Ordem dos Frades

            Os estigmas de São Francisco de Assis: Dois anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça insigne.  Na figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que, depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Estando muito doente, foi levado à Porciúncula, dois anos depois. Morreu no dia 04 de outubro de 1226, com de 44 anos, após escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele foi canonizado dois anos depois de sua morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX. Sua festa é celebrada em 04 de outubro.

 

Oração a São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.

 

 

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