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08 Julho 2016

Obcecados pelo ódio

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No Angelus o Papa rezou pelas vítimas dos atentados em Daca e Bagdad e para que o coração dos violentos se converta

 

"Peçamos ao Senhor que converta o coração dos violentos obcecados pelo ódio": foi novamente um apelo à oração que o Papa lançou no dia seguinte aos trágicos ataques terroristas que nas noites de sexta-feira e sábado ensanguentaram as capitais de Bangladesh e do Iraque. Durante o Angelus de domingo 3 de julho, Francisco expressou proximidade "aos familiares das vítimas e dos feridos no atentado perpetrado em Daca e em Bagdad", convidando os fiéis presentes na praça de São Pedro a recitar uma ave-maria "pelos falecidos".

Precedentemente, ao comentar como de costume o evangelho do dia, Francisco falou sobre o capítulo dez de Lucas (1-12.17-20), que ajuda a "compreender quanto é necessário invocar Deus a fim de que mande operários para a sua messe". Eles, explicou, são os missionários, cuja "tarefa é anunciar uma mensagem de salvação". E isto, explicou Francisco, são chamados a fazer não só os "que vão longe" mas "também nós, missionários cristãos que dizemos uma boa palavra de salvação".

De resto, acrescentou, trata-se de "transmitir uma mensagem de esperança e consolação, de paz e caridade", para que "o Reino de Deus se construa dia após dia e ofereça já nesta terra os seus frutos de conversão, purificação, amor e consolação entre os homens". Eis o convite a "não destruir" mas "a construir", inclusive cientes "da realidade difícil e às vezes hostil", na qual vive o cristão, visto que – observou Francisco – "a hostilidade está sempre no início da perseguição". Além disso, continuou, o cristão deve esforçar-se "para se manter livre de condicionamentos humanos de qualquer tipo", o que «significa abandonar todos os motivos de orgulho pessoal, de carreirismo ou fome de poder". Porque, definitivamente, "a missão do cristão é admirável, destinada a todos, uma missão de serviço, sem excluir ninguém", que "requer muita generosidade e, sobretudo, o olhar e o coração dirigidos ao alto". E dado que "há necessidade de cristãos que testemunhem com alegria o Evangelho na vida diária", o Pontífice quis agradecer a "dedicação de muitos homens e mulheres que quotidianamente anunciam o Evangelho: sacerdotes – os bons párocos que todos conhecemos - religiosas, consagradas, missionárias e missionários". E não só: a tal propósito Francisco quis dirigir-se aos jovens presentes na praça, perguntando se alguém tinha ouvido "a chamada do Senhor", encorajando a não ter medo de responder afirmativamente. E no final da oração mariana, o Papa indicou também um modelo para seguir no jubileu da misericórdia: a jovem mártir Maria Goretti, cuja memória litúrgica se celebra na quarta-feira, 6 de julho, "que antes de morrer perdoou o seu assassino. Esta jovem corajosa – comentou – merece um aplauso".

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