“A Imaculada suscitou em nossos corações o amor a Ela mesma, um amor tal que nos impulsionou a nos consagrar totalmente a sua causa”[1]
- SÃO MAXIMILIANO: EXEMPLO DE SANTIDADE
O período festivo vivido por ocasião da Solenidade de São Maximiliano M. Kolbe irradia não só sobre os devotos, mas sobre a Igreja, uma congratulação enorme, impactando sua dimensão vocacional nas diversas instâncias, incentivando o devoto e o fiel ao amor a Deus e à Imaculada. Somos por excelência devotos deste grandioso santo. A sua vida e o seu testemunho de santidade orientam a nossa jurisdição, como nosso padroeiro.
Por ocasião da canonização de São Maximiliano na Praça São Pedro, em 1982, o Papa João Paulo II, em sua homilia, reconhecia nele a luta pela vida, ao dizer: “Padre Maximiliano Kolbe, sendo também ele um prisioneiro do campo de concentração, reivindicou, em lugar da morte, o direito à vida de um homem inocente, um dos quatro milhões”[2], destacando a postura evangélica de doação seguindo os passos de Jesus, que diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”[3].
Assim como Cristo venceu a cruz, e sua morte concedeu aos remidos a graça divina, assim a morte de São Maximiliano M. Kolbe, sofrida em razão da estrutura do ódio vigente, foi um sinal de vitória para nós religiosos, como afirma o Papa João Paulo II: “a morte de Maximiliano Kolbe se tornou um sinal de vitória. Foi esta a vitória alcançada sobre o inteiro sistema do desprezo e do ódio... vitória semelhante àquela obtida por Nosso Senhor Jesus Cristo no Calvário.”[4].
A profunda e riquíssima devoção de São Maximiliano à Virgem Santíssima tornou-se fundamento para o seu processo vocacional, desde a sua origem com a aparição da Virgem Santíssima oferecendo as coroas branca e vermelha. Também possibilitou o seu processo formativo na vida religiosa, desde os desafios vocacionais, as tentações, as enfermidades, viabilizando sua vida ministerial como membro da Milícia da Imaculada, enfrentando as afrontosas manifestações contrárias ao Santo Padre, que deram origem à Milícia da Imaculada, em 1917.
São Maximiliano M. Kolbe, , ensina-nos com seu imenso testemunho a combater o ateísmo, o anticlericalismo, etc. Mas o faz em uma postura pacífica, propagando a evangelização, tendo a Virgem Santíssima como exemplo, semelhante à narração da Visitação no Evangelho de São Lucas, quando Nossa Senhora tocou o coração de sua prima Santa Isabel com o cumprimento e palavra “Maria saudou a prima, o menino de Isabel saltou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”[5].
Como consagrados à Imaculada, neste tempo de Solenidade, aprendemos com o nosso padroeiro a nos formar, tornando-nos instrumentos de evangelização de almas, constituindo em nossos apostolados o seu grande ideal de conquistar o mundo inteiro para Cristo pela Imaculada, “porque a coisa mais importante é que todos pertençam a Imaculada”[6]. Este grandioso exemplo de São Maximiliano M. Kolbe inspira-nos a guardar com fidelidade a devoção à Virgem Santíssima e nos estimula a viver os princípios kolbianos. Que reconhecendo o valor da Virgem Santíssima mantenhamos a nossa inspiração vocacional, a maturidade da fé, a dedicação ao apostolado, como afirma a Exortação Apostólica Vita Consecrata: “os Institutos de vida consagrada, existe a convicção de que a presença de Maria tem uma importância fundamental, quer para a vida espiritual de cada uma das almas consagradas”[7].
2.2 O AMOR À VIRGEM MARIA E À HERANÇA KOLBIANA
Somos inspirados pela excelência do testemunho de São Maximiliano M. Kolbe, nosso padroeiro, que viveu com intensidade o Mistério da Salvação oferecendo-se plenamente, imitando o sacrifício de Cristo: “Padre Maximiliano Kolbe eleva o seu ‘cálice da salvação’, no qual está contido o sacrifício de toda a sua vida, ratificada com a morte de mártir ‘por um irmão’"[8]. Sua profunda comunhão com a Virgem Santíssima foi fundamental para a realização da vontade de Deus, desde a sua juventude, perfazendo a vontade de Deus, amparado pela graça divina, pela intercessão de Nossa Senhora: “as obras de toda a vida do Padre Maximiliano indicam que ele entendia a sua colaboração com a Graça divina como uma milícia sob o sinal da Imaculada Conceição”[9]. Desta inspiração originaram-se as suas obras, os seus escritos, os seus testemunhos e o seu apostolado, os quais compõem a herança kolbiana.
Portanto, o amor à Imaculada e à herança kolbiana foi e continua a ser a coluna dorsal do crescimento e do desenvolvimento de nosso, pois possibilita viver a vida devocional aos moldes da Igreja, amando a Milícia da Imaculada e vivendo a doçura devocional à Virgem Santíssima. A nossa jurisdição experimenta os valores cristãos na vida fraterna, na vida de comunidade, na convivência com os irmãos, atuando impetuosamente diante do povo de Deus, incorporando os valores da fé aos moldes da Virgem Santíssima.
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Frei Gilberto de Jesus Rodrigues
Ministro Provincial
[1] Escritos de São Maximiliano, Ek 908.
[2] PAPA JOÃO PAULO II, Homilia – Canonização de São Maximiliano M. Kolbe, N.02; 10 de outubro de 1982.
[3] Evangelho de São João 15, 13.
[4] Evangelho São João 15, 13.
[5] Evangelho de São Lucas 1, 39.
[6] EK 466. op, cit., p. 689.
[7] EXORTAÇÃO APOSTÓLICA VITA CONSECRATA; JOÃO PAULO II; N.28; 1996.
[8] PAPA JOÃO PAULO II, Homilia – Canonização de São Maximiliano M. Kolbe, N.04; 10 de outubro de 1982
[9] PAPA JOÃO PAULO II, Homilia – Canonização de São Maximiliano M. Kolbe” N.05; 10 de outubro de 1982