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31 Agosto 2018

Ministro Geral comunica a beatificação de Veronica Antal (OFS)

Escrito por  OFMConv-Notícias

O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Frei Marco Tasca, publicou hoje o comunicado da beatificação de Veronica Antal (OFS). Leia o documento a seguir: 

 

 

Prot. N. 600/18                                                      Roma, 1 de setembro de 2018

 

Venerável Servo de Deus Veronica Antal,

Virgem e mártir, Jovem Franciscana Secular

 

 

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Rm 8: 35-37).

A nossa Ordem se alegra novamente, pela próxima beatificação da Venerável Serva de Deus, Veronica Antal, jovem moça, distinta membro da Ordem Franciscana Secular que, há exatos sessenta anos, no norte da Romênia, teve a coragem de dar a sua vida em defesa de sua fé e o voto de castidade que tinha professado secretamente. Esta beatificação é ainda mais bela porque foi criada na fé pelos nossos frades conventuais na Moldávia. Eles cuidavam tanto na Paróquia de Nisiporeşti, onde ela nasceu, como na Paróquia de Hălăuceşti, no território em que ela foi martirizada.

A venerável Serva de Deus, Veronica Antal, nasceu em 7 de dezembro de 1935, no vilarejo de Nisiporeşti, a primeira dos quatro filhos dos esposos Gheorghe e Iova. Veronica foi batizada no dia seguinte, na Igreja Paroquial de Hălăuceşti, paróquia cuidada pelos nossos frades que estão naquela região desde o século XIII. Depois de frequentar a escola do vilarejo durante quatro anos, ela ficou em casa para ajudar os pais nos afazeres domésticos e também para trabalhar nos campos - como era comum naquela época.

Com a idade de dezesseis ou dezessete anos, ela ingressou na Ordem Franciscana Secular e também na Associação Internacional da Milícia da Imaculada. Em pouco tempo, tornou-se uma fervorosa propagadora da espiritualidade do Pobrezinho de Assis, assim como ao culto da Imaculada. Ela também queria consagrar-se ao Senhor através do Instituto das Irmãs Missionárias Franciscanas de Assis (também conhecidas como as Irmãs Del Giglio), mas isso não foi possível para ela, porque naquela época, todas as ordens religiosas na Romênia tinham sido suprimidas pelo regime comunista. Assim, ela decidiu se oferecer ao Senhor fazendo um voto particular de castidade e começando a viver como uma "irmã religiosa" em uma cela construída ao lado da casa de seu pai.

Rezava por horas, especialmente para os bispos, os padres, os nossos frades e os leigos, a quem o regime já havia prendido aos milhares sob a falsa acusação de ódio e subversão contra a ordem social. Ela visitava os doentes de seu vilarejo, cuidando de suas necessidades e consolando aqueles que estavam sofrendo. Mas a fonte da qual ela recorreu para esta vida não veio dos homens, nem de sua miséria, nem da perseguição da fé, mas, sim, da Eucaristia, que ela nunca deixou de receber. Todos os dias, às 4 horas da manhã, ela começou a caminhar para participar da missa das 6h na igreja paroquial de Hălăuceşti, viajando com um grupo de amigos e com as irmãs franciscanas, que o regime mandara de volta para morar com os pais. Veronica caminhava cerca de quinze quilômetros de ida e volta, com o único desejo de se comunicar com seu Esposo divino. Somente depois de ter se renovado com Jesus, ela voltaria e, entusiasmada, retomaria suas preces e visitas às pessoas mais pobres de sua cidade, todos os dias começando e terminando com Ele.

 No dia da sua prova suprema (24 de agosto de 1958), estava voltando da missa com o rosário em sua mão direita, e entre um mistério outro ela decidiu seguir um atalho atravessando alguns campos na esperança de chegar em casa mais cedo. Foi quando no meio do caminho um jovem da aldeia a atacou na intenção de roubar o lírio de sua castidade. Em seu enorme esforço para combatê-lo, ela recebeu quarenta e duas facadas. Caindo vitoriosa no campo de batalha. O assassino colocou sobre seus ombros o sinal da vitória: uma cruz feita de caules de milho.

  Alguns aldeões a encontraram na manhã seguinte, carregada de todas as marcas de sua luta, e todos gritaram: “a santa está morta!”. A partir de então, ela foi reconhecida nas mentes e corações de todos como a Santa Veronica.

  Os dias sombrios do comunismo impediram qualquer caminho regular para promover sua fama de santidade. No entanto, a ajuda veio de outro Servo de Deus, uma grande testemunha da fé, Frei Anton Demeter, frade da Província de São José, dos Frades Menores Conventuais. Embora seus perseguidores o tenham deixado confinado a uma cadeira de rodas, ele continuou a exercer o ministério pastoral por quarenta e sete anos. Durante esse tempo, conseguiu manter viva a memória de Veronica entre as pessoas que a conheciam, recolhendo muitos testemunhos sobre ela e a apresentou ao povo como um modelo de fé e virtude.

 Muitas pessoas, especialmente os jovens, desde então visitam o seu túmulo, que agora é mantido na Igreja Paroquial de Nisiporeşti, onde o rito de beatificação, em breve, acontecerá.

  Eu gosto de pensar nesta jovem santa como uma pequena muda que nossos frades cultivaram na sombra espiritual do nosso Seráfico Pai São Francisco. fruto de seus trabalhos fraternos e apostólicos na Romênia, mas também é um grande sinal para a renascida Província romena, que possui um grande número de jovens frades. Mais do que nunca, eles precisam de poderosos intercessores e modelos de santidade para que possam realizar seu próprio chamado com maior entusiasmo e zelo evangélico.

Por fim, não gostaria de concluir sem fazer um agradecimento às numerosas testemunhas da fé e da vocação franciscana que a Província romena concedeu à Igreja e à nossa Ordem. Entre eles estão Frei Iosif Petru Maria Pal, um dos co-fundadores da Milícia da Imaculada; o Servo de Deus, Frei Martin Benedict, célebre médico e frade de vida santa; e o Servo de Deus, Frei Anton Demeter, que, apesar de ter sido confinado a uma cadeira de rodas durante a maior parte de sua vida, ainda servia, transmitindo a palavra e o consolo de Deus a todos que recorriam a ele de diversos lugares da Romênia.

Ao Senhor seja o louvor e honra por todas estas autenticas testemunhas do Evangelho e que sua intercessão e exemplo de vida inspirem ainda um maior desejo de santidade a nossa Ordem dos Frades Menores Conventuais.

 

Frei Marco TASCA

                                                                                             Ministro Geral 

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Aos frades da Ordem.

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