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14 Agosto 2017

Meditação do Ministro Geral na Porciúncula por ocasião da conclusão do ano jubilar do Perdão de Assis

Escrito por  OFMConv-notícias
Tradução: Frei Manuel Araya OFMConv Tradução: Frei Manuel Araya OFMConv Tradução: Frei Manuel Araya OFMConv

Na tarde de 29 de julho de 2017 preparando os peregrinos e toda a Família Fraciscana de Assis presidiu a celebração das Vésperas Solenes o Ministro Geral Frei Marco Tasca, OFMConv.  e por esta ocasião anexamos, na íntegra o texto abaixo:

Queridos irmãos e irmãs,

Paz e bem!

É claro, é uma grande graça para nós estarmos aqui juntos esta tarde neste lugar tão amado por Francisco, na Porciúncula para prepararmos para um evento de graça, o 800º aniversário deste pedido feito por FRANCISCO ao Papa, que é o grande perdão de Assis. Quantos homens e mulheres têm atravessado esta porta para pedir perdão, para achar graça, para sentir-se perto do Senhor! Por isso nos encontramos esta tarde para introduzirmos ao seguimento de Cristo, acompanhados por esta realidade que é o perdão de Assis.
Detenhamo-nos um momento na contemplação da segunda leitura de Paulo à comunidade cristã de Corinto, a palavra que ressoa mais fortemente é Reconciliação. Geralmente pensamos, quando falamos de reconciliação, na reconstrução das “boas relações” depois um período de desacordo ou inimizade e se pensamos na reconciliação em termos do Antigo Testamento pensamos na ideia de confronto com Deus, que se expressa no culto pelo fato da expiação baseado em sacrifícios, purificações, etc… todos voltados para “aplacar” o que chamaram a ira de Deus, praticamente todo o Antigo Testamento parece ser o homem que tem que tomar a iniciativa sempre no seu relacionamento com Deus, bem “como eu sou um pecador” abro minhas mãos, por meio de sacrifícios, purificações e os pedidos; para obter o perdão do Senhor para que ele me veja agora com bondade.

É curioso contemplar como Paulo, em sua Carta aos Coríntios, muda completamente a perspectiva, não é o homem que vem a se reconciliar com Deus, o texto deixa claro, não é o homem que procura a reconciliação com o Senhor, é uma iniciativa, unilateral e livre que vem de Deus, sem que seja necessária uma resposta humana correspondente, não somos nós que de alguma forma temos que “fazer bom a Deus”, mas é o Senhor que busca a reconciliação comigo.

E o serviço desta iniciativa gratuita do Senhor torna-se, como diz Paulo, o “ministério da reconciliação”, Paulo e seus colaboradores não são mediadores da reconciliação, Isto Cristo já o fez, eles estão anunciando as obras que o Senhor tem feito pela humanidade, este deve ser o nosso grande compromisso hoje: anunciar a todos o que o Senhor tem feito pela humanidade, pensai no salmo responsorial que ouvimos “Bendito seja o Senhor que perdoa, que dá força às nossas vidas a graça do Senhor está sempre conosco ” ou pensai no Magnificat em que o sujeito é sempre o Senhor,”O Senhor fez isso… o Senhor fez isso… o Senhor fez isso…” esta iniciativa do Senhor para reconciliar-se com a gente nos obriga a ser anunciadores de tudo o que o Senhor tem feito em nossas vidas, não apenas pessoal, também comunitária.E eu acho que agora, nesta tarde, neste momento é un tempo importante de gratidão ao Senhor, que se revelou a nós na forma de um amor superabundante, e completamente livre, como o livro de Deuteronômio diz:

“Como é grande este povo que têm o Senhor tão perto dele! “(Dt 4,7), parece que essa superabundância é a norma da vida cristã, e o Senhor foi o único quem a viveu muito, apesar da traição, Jesus tratou o apóstolos de forma diferente, mas pelo que nós sabemos do Evangelho, um deles, dos mais próximos com quem havia compartilhado a vida, por isso às vezes quando pensamos sobre a superabundância não podemos deixar de pensar sobre na aparente superabundância do mal entre nós e nosso ambiente: pensemos no terrorismo, nos acontecimentos da história recente, pensemos na tortura, pensemos nos genocídios, nas noticias cotidianas… parece que nos aperta esta superabundância do mal…

Mas nós sabemos que isso não é verdade, porque há uma superabundância de bem, pensemos em FRANCISCO que se despoja na presença do pai para provar que sua riqueza não está nem sua família nem seus amigos; Ou pensemos em FRANCISCO ao beijar leproso mostrando uma superabundância do bem; Ou pensemos na madre TERESA DE CALCUTA, que deixa seu convento, onde ela poderia ter vivido uma vida honrosa para deixar tudo e dedicar-se aos moribundos; pensemos em todas aquelas pessoas que realmente sabemos que não vivem de acordo com o critério de que “eu vou fazer isso, você me deve tanto…” Todos nós conhecemos pessoas que não têm esse estilo de vida, que não vivem de acordo com estes critérios, mas têm equilíbrio “Eu te dou tudo porque você me deu tudo,” a vida cristã é excesso, excesso, superabundância! FRANCISCO, foi um exemplo disso, madre TERESA DE CALCUTA foi um exemplo disso, as pessoas que dissemos são exemplos disso, e eu realmente acredito nas palavras que FRANCISCO disse ao Papa quando ele deu este grande dom do perdão “Queridos irmãos, eu quero levá-los todos para o paraíso”, vede que ele não disse que quer que “algum vá para o paraíso” mas “quer enviar-nos a todos para o paraíso” compreendei, essa é a beleza da vida cristã, caminhar juntos para o paraíso! Ninguém tem mais sorte que os outros, “eu quero levá-los todos para o paraíso” se paramos um momento para perceber isso, teríamos o mais belo dos pensamentos ao entrar por esta porta santa “irmãos, eu quero levá-los todos para o paraíso “Que a nossa vida, queridos irmãos e irmãs, seja sempre experiência desse excesso, dessa superabundância, desta caminhada ao lado de todos os que pensam, de todos aqueles que dizem, de todos os que fazem, que seja uma vida de excesso, porque assim como vocês sabe, faz mais barulho uma árvore que cai que toda uma floresta que cresce. Que FRANCISCO, por sua intercessão, nos ajude a caminhar dessa maneira.

Frei Marco Tasca, OFMConv. 20/07/2017

Tradução: Frei Manuel Araya OFMConv

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