A Província São Maximiliano M.Kolbe celebrou no dia 02 de agosto de 2023 a festa de Nossa Senhora dos Anjos. A celebração foi realizada na Casa de Formação de Nossa Senhora dos Anjos, em Santa Maria DF. Estiverem presentes frades da Província, o Ministro Provincial fr.Gilberto, os formandos do Postulantado, o Pré-noviciado, os frades professos e as pessoas da comunidade.
A festa do Perdão de Assis- As indulgências plenárias
Está festa celebra no dia 02 de agosto, a Festa do Perdão de Assis, Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, segundo testemunhou Bartolomeu de Pisa, a origem da Indulgência da Porciúncula se deu assim: “Em uma noite linda , do ano do Senhor de 1216, Francisco estava intimamente compenetrado na oração e na contemplação estava mesmo ali na pequena ermida dedicada a Virgem Mãe de Deus, conhecida como igrejinha da Porciúncula, localizada em uma planície do Vale de Espoleto, perto de Assis, quando, de repente, a igrejinha ficou tomada de uma luz vivíssima jamais vista antes, e Francisco viu sobre o altar o Cristo e à sua direita a sua Mãe Santíssima, acompanhados de uma multidão de anjos. Francisco ficou em silêncio e começou a adorar o seu Senhor. Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. Francisco tomado pela graça de Deus que ama incondicionalmente, responde: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero, o pior dos pecadores, te peço, que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão visitar esta Igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.
O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho, portanto, o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”. E não tardou muito, Francisco se apresentou ao Papa Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia e com candura lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e perguntou: “Por quanto anos queres esta indulgência”? Francisco, respondeu-lhe: “Pai santo, não peço por anos, mas por almas”. E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o reconvocou: “Francisco, não queres nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”. E poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse entre lágrimas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”
A Província São Maximiliano M. Kolbe realizou entre os dias 15 a 19 de novembro de 2021, no CEFEC (915 norte), o Capitulo Extraordinário que contou com a presença de 43 frades vogais. O Capítulo pode ser convocado para decisões necessárias e importantes na condução da Província, não sendo de caráter eletivo (mudanças de funções). Este Capítulo foi uma resposta às necessidades apresentadas pelo “Capítulo Ordinário” de 2019, para dirimir possíveis resoluções aos diversos desafios refletidos e apontados pelos frades nesses últimos anos.
Haviam ao menos quatro grandes preocupações neste Capítulo extraordinário que foram expressam em moções no Capitulo Ordinário de 2019. São elas:
Moção nº1: A atualização dos Estatutos Provinciais.
Moção nº2: Aprovação do Diretório (ad experimentum) Formativo da Província.
Moção nº4: Aprovação da Delegação do Nordeste.
Moção nº6: Aprovação do Diretório Missionário ser incluído no Estatuto Provincial.
Moção nº15: Apresentação do Ecônomo da gestão econômica do quadriênio passado.
O Capítulo Extraordinário, foi uma oportunidade para um exame atento às realidades emergente dos últimos anos a nível da sociedade, da eclesial idade, e a nível de província. Pois a devida sensibilidade fraterna, possibilita a observação dos desafios vividos pela Província, com suas diversas instâncias, exigindo uma reflexão e ação capitular, com respostas diante de um bom diagnóstico dessa realidade, decidindo sobre caminhos a serem seguidos, construindo uma nova realidade provincial.
As Constituições da Ordem falam sobre a importância do Capítulo da seguinte forma: “É tarefa do Capítulo provincial l estudar e decidir a abordagem geral a ser dada à missão pastoral e elaborar Estatutos apropriados para atividades que requeiram diretrizes precisas, no respeito às disposições diocesanas ou regionais. (CONSTITUIÇÕES 115. §1). Portanto, a percepção final é que o Capitulo foi extremamente necessário e importante para inovações e implementações da Província São Maximiliano M. Kolbe.
OBJETIVOS DO CAPÍTULO EXTRAORDINÁRIO 2021
O Capítulo Extraordinário possibilitou a reflexão, percepção e decisões exprimidas pela experiência do “VER, JULGAR E AGIR”, visando três preocupações:
É importante ressaltarmos que grande parte das decisões do Capítulo necessitará do chancelamento da Cúria Geral, além disso, não podemos esquecer que o Capítulo proporciona o convívio fraterno entre os frades, além de decidir de forma jurídica sobre documentações da Provincia. Foi uma extraordinária oportunidade o momento fraterno, possibilitando refletir nas diversas dimensões, com as seguintes resoluções e aprovações:
Portanto, foram as diversas apreciações dos confrades, na forma diagnóstica de nossa Província que possibilitaram algumas luzes que propõe as decisões tomadas neste Capítulo, que foram:
Documentos provinciais – Atualizar o Estatuto Provincial, dirimindo sobre diversos pontos conforme a renovação das Constituições e Estatutos Gerais.
Questões administrativas - A transparência nas funções de guardiães, párocos, instituições provinciais; Ações concretas dos guardiães, párocos, instituição provinciais; valorização do Diretório Econômico da Província.
No último dia dia 03 de novembro, no Santuário Jardim da Imaculada (Cidade Ocidental - GO), aconteceu a missa em intenção dos frades falecidos da Ordem e Província e familiares falecidos com a presença de frades e formandos. É com grande pesar e respeito que a Província São Maximiliano M. Kolbe faz memória aos falecidos, e visa responder aos desígnio de Deus, demostrando sua devoção e reconhecimento ao valor da vida eterna. O testemunho de nossos confrades falecidos, foram grandiosos. Deslumbram em suas vidas de apostolado e vida fraterna, como por exemplo, nosso querido Dom frei Agostinho que visou a fundação da Missão no Centro Oeste, cuidando ao longo dos anos por sua instalação e desenvolvimento como Missão, como Custódia e posteriormente como Província.
Também reconhecemos o valor do testemunho e vida de frei Francisco Kramek, que dos seus 86 anos de vida, dedicou-se por 46 anos à missão em nossa Província, sendo um dos frades da primeira hora, colaborando desde o início com Dom Agostinho na dedicação à vida fraterna e ao apostolado.
Fazemos também memória à vida de frei Edmundo Grabowiesk que, como irmão religioso, ofereceu sua enfermidade voltando para a Polônia, pelo crescimento da Província São Maximiliano M. Kolbe. O Evangelho de São Mateus 6, 33 diz: “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. São palavras motivadoras de Cristo, que nos faz compreender a importância de servir ao Reino de Deus, confortando os corações, dando a possibilidade de sempre seguir pela fé, pois o Senhor cuida daqueles que são vocacionados, missionários, religiosos franciscanos ou não. Inúmeros são os religiosos que, exercendo sua vida ministerial, formativa, abandonam seus pais, amigos, parentes para exercer a Missão do Reino, perdendo pessoas importantes: pais, mães, irmãos, parentes, pessoas que fizeram parte de sua história.
Nesta terça-feira, 02 de novembro, celebramos o Dia de Finados. Para entendermos a data, precisamos saber que seu outro nome também é Dia dos Fiéis Defuntos, que remete às tradições do início do cristianismo, sendo encontrados registros a partir do século II, quando em antigas tumbas e lápides podiam se encontrar grafismos com orações para aqueles que estavam enterrados.
No século V foi separado um dia para orar pelos mortos que não eram mais lembrados e ninguém mais rezava. Mas foi no Século XI durante o pontificado do Papa Leão IX que foi criado um dia onde todos os fiéis deveriam orar aos finados. A data de 2 de novembro seria estabelecida durante o século XIII, pois é logo após o dia de todos os santos. Como no Dia de Todos os Santos oramos por aqueles Santos que não foram lembrados ao longo do ano, no Dia de Finados oramos pelos que morreram e não são lembrados durante todo o ano.
Reflexão*
A celebração do Dia de Finados é momento favorável que permite aos cristãos recordar os irmãos que nos precederam no caminho para a vida definitiva em Deus. Esse dia é propício para agradecermos ao Senhor o dom da vida e a história dos que faleceram, e todo o bem que eles realizaram. Na oração e na saudade, nós cristãos reconhecemos que na morte “a vida não é tirada, mas transformada”. Vivemos da fé exposta nas palavras de Jesus Cristo à Marta: “Teu irmão ressuscitará” (João 11,23). E contemplamos o mistério de Jesus Cristo, que assumiu a condição humana até a morte, e morte de cruz. Mas, Ele ressuscitou e abriu para todos nós as portas da vida eterna.
O ser humano celebra ao longo do tempo os principais acontecimentos de sua existência. As datas de aniversários são especiais: dia do nascimento, do batismo, do casamento, da formatura… Também recordamos o dia da morte das pessoas queridas. Nesse caso, recordamos a vida daquela pessoa, o significado dela para nós, o quanto ela nos marcou e nos deixou de saudade.
É como se o calendário fosse um imenso corredor com 365 janelas. Através de cada janela podemos contemplar diversos acontecimentos. Naquela do dia 2 de novembro, contemplamos o mistério da morte e da esperança na ressurreição. O cristão vive desta fé: nascemos não para morrer, mas para ressuscitar. A vida, que se inicia com a fecundação e é gestada no útero materno, passa pelo útero da terra e desabrocha na imensidão do colo de Deus, capaz de acolher filhos e filhas amados e perdoados. É sabido que alguns receiam olhar por esta janela. Julgam-na muito triste, têm superstição e medo. Queira Deus, todos alcancemos a maturidade espiritual e a completude interior de Francisco de Assis. Ele estabeleceu uma relação de paz com a própria morte, ao tratá-la de “irmã”, no seu Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar”.
Amadurecidos na fé, nós, os cristãos, abrimos esta janela do Dia de Finados com o coração aquecido pela palavra de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá” (João 11,26). Com humildade, nesse dia, vamos ao cemitério onde foram “plantados” os irmãos e irmãs que passaram pela morte. Com reverência pela memória de cada um ali sepultado, fazemos nossas orações. Recolhamo-nos no silêncio diante do mistério da vida e deste passo doloroso que toca a todos os seres vivos: a morte.
Somos chamados a proclamar o imenso amor de Deus. Ele não deixa a semente da vida morrer em nós. Mas, na força do seu Espírito, ressuscita o “grão de trigo caído na terra” (João 12,24). Quando partirmos, nosso corpo mortal também será depositado na terra. Enquanto esse momento não chega, “não nos cansemos de fazer o bem” (Gálatas 6,9). Celebremos, pois, o Dia de Finados. Não fujamos dessa ritualidade cheia de significados. Recordemos que a nossa fé se fundamenta n’Aquele que morreu e está Vivo, Jesus Cristo, o Senhor!
Fontes: Nossa Sagrada Família.
*Retirado do artigo de Dom João Justino de Medeiros Silva, Arcebispo Coadjutor de Montes Claros (MG). Leia aqui.
Em 16 de outubro de 1917, no Colégio Seráfico Internacional, em Roma-Itália, o jovem frei Maximiliano Kolbe, junto com outros seis jovens frades, todos reunidos em um pequeno quarto, fundam a Milícia da Imaculada, com o objetivo de "Conquistar o mundo inteiro para Cristo através da Imaculada", usando de todos os meios lícitos, principalmente dos meios de comunicação.
Em um pedaço de papel, frei Maximiliano escreve os principais pontos do movimento que acabava de fundar: "Milícia da Imaculada. Ela esmagará a tua cabeça (Gênesis 3,15). Sozinha venceste todas as heresias no mundo inteiro". Uma jaculatória, uma medalha e a conversão de toda a humanidade, aliás, sua santificação. Diante de um tempo em que acontecia no mundo uma grande atividade anticatólica, na qual se destacavam os maçons, Frei Maximiliano se dá conta de que era necessária uma renovação espiritual.
O seu objetivo era fazer com que todos os homens se convertessem a Deus, mesmo aqueles não católicos e descrentes, em especial os maçons; e que todos se tornassem santos, sob a proteção e pela mediação da Virgem Imaculada. Logo depois de fundada, foi reconhecida oficialmente pela Igreja. Em 1919, o Papa Bento XV abençoou esse Movimento Mariano. Em 1922 foi aprovada como “associação piedosa” (Pia União).
Em 1926 o Papa Pio XI cumulou-a de várias indulgências. Em 1975 a Santa Sé aprovou os Estatutos da MI ajustados às exigências do Concilio Vaticano II, não alterando, porém, o programa do Movimento, formulado pelo próprio fundador e em 1997 foi aprovada como Associação Pública de Fiéis pelo Papa João Paulo II. Hoje temos a graça de nos reunirmos para celebrar junto com os mílites do mundo inteiro a fundação deste movimento que continua vivo, por meio do apostolado de cada fiel consagrado que reconhece em Maria medianeira de todas as graças o caminho para o projeto salvífico de Cristo!
Fonte: jardimdaimaculada.com.br
Hoje, 04 de outubro, a Igreja celebra o Nosso Pai Seráfico, São Francisco de Assis, o fundador da Ordem dos Frades Menores. Francisco nasceu em Assis, na Itália, no ano de 1182, sendo filho de um rico comerciante, Pedro Bernardone e de Dona Pica. Foi batizado em Santa Maria Maior (antiga catedral de São Rufino), inicialmente, com o nome de João (Giovanni), mas seu pai mudou de ideia devido às viagens comerciais que fazia à França. Era um jovem alegre que gostava da vida boêmia em que participava de muitas festas e banquetes, sendo muito popular entre os jovens de sua cidade. Desejava a glória da nobreza e, para isso, deveria participar das guerras que eram comuns nas lutas de poder de sua época. Bernardone desejava que o filho enobrece a família trazendo pra casa o heroísmo conquistado nas batalhas.
No entanto, na primeira batalha caiu prisioneiro. No cárcere insalubre, ficou por cerca de um ano. Ao retornar, até continuou a curtir a vida de festas que levava antes, mas dessa vez, a diversão não durou muito. Devido as condições às quais fora exposto na prisão, ficou doente. Enfermo, o jovem refletiu sobre o significado de sua vida e, quando melhorou, não era mais o mesmo Francisco: as diversões do século que antes lhe preenchiam o coração, agora eram sinônimo de uma felicidade frívola, vazia e efêmera. Deus buscou atentá-lo ao significado de sua vida e missão na Terra assim. Mesmo assim, o jovem de Assis ainda ansiava pela glória das guerras. E, mais uma vez decidiu se aventurar.
O chamado
Antes de partir, Francisco doou a sua cara armadura preparada pelo seu pai a um companheiro mais pobre que também participaria da batalha. Durante a viagem, adoeceu mais uma vez. Com febre, pensou ter ouvido a voz de Deus a falar com ele:
– Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo?
– Servir ao Senhor, é claro – respondeu.
– Então, por que te alistas nas fileiras do servo?
– Senhor, o que quereis que eu faça?
– Volta a Assis – lhe diz a voz – e ali te será dito.
Retornou mais uma vez à sua cidade, desafiando o desdém dos vizinhos e a fúria de seu pai. Inquieto com o chamado de Deus, passou a dedicar-se à oração. Peregrinou por muitos lugares em busca de respostas. Em uma viagem à Roma, em 1205, indignou-se com a baixa quantia de ofertas na tumba do Apóstolo São Pedro e deixou um punhado de moedas, contrastando com a pequena quantidade deixada por outras pessoas. Ainda na capital italiana, teve a sua primeira experiência de pobreza: sensibilizado com a situação de um mendigo, trocou suas nobres vestes com ele e trajou as suas roupas sujas e esfarrapadas.
Todos já estavam preocupados com ele. Havia enlouquecido o filho do comerciante? Frequentava cada vez mais a velha Capela de São Damião, que ficava no campo. Num certo dia, na estrada de Assis que levava até à igreja, ele deparou-se com um leproso, um ser que lhe causava grande e indescritível nojo. Entretanto, dessa vez era diferente. Francisco estava diferente. Como se estivesse movido por força maior, desceu do cavalo e pôs um saco de moedas nas mãos sangrentas daquele pobre. E, num gesto de compaixão, beijou-o. Sobre esta ocasião, ele disse “O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”.
A Renúncia
Certo dia, rezando aos pés do crucificado na Capela de São Damião, ouve uma voz saindo direto do crucifixo “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”. Não entendendo o real significado deste chamado, foi à sua casa, pegou alguns pertences e os vendeu por um preço muito abaixo do que valiam. Foi ao sacerdote da capela e se ofereceu para reconstruir com as próprias mãos o local, que estava malconservado. Seu pai ficou irado com esta atitude. Há algum tempo ele já vinha dando desfalques na loja de Bernardone, pegando mercadorias e doando aos necessitados, mas agora era pior, ele estava envergonhando toda a sua família.
Irado, Pedro Bernardone busca o jovem à força, castiga-o fisicamente e o prende num cubículo em baixo da escada de sua casa, acorrentado pelos pés. Mas sua mãe, Dona Pica, em compaixão para com o filho, soltou-o. Liberto, ele passou a se dedicar à mendicância de dinheiro e pedras para a reconstrução da capela, enquanto se escondia de seu pai. Sem mais alternativas, Bernardone recorreu ao Bispo de Assis em julgamento contra o filho. A audiência aconteceu na praça comunal da cidade, local em que seu pai lhe deu as alternativas de ou voltar com ele ou abdicar de sua herança e devolvesse tudo que havia recebido dele. Para a surpresa de todos, Francisco disse “As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las". Assim, ele começou a tirar os seus trajes. Um a um e, estando nu, disse “Até agora tu tens sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”. O Bispo, admirado com o feito, o acolheu em seu manto.
A Missão
Cada vez mais distante dos familiares e amigos, o Pobrezinho de Assis agora realizava trabalho pastorais e atuava na reconstrução de igrejas da região. À essa altura, questionava a si mesmo “O que mais Deus haveria de querer para mim?”, já que ainda não tinha tido completamente as respostas as quais buscava antes de receber o primeiro chamado do Senhor. Já na restauração da última capela de sua localidade, a sua tão cara Porciúncula, a Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, ouviu o Evangelho na Santa Missa “sem túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso …” (Lc 9,3). Essa palavra tocou de tal forma o jovem de Assis que, finalmente, ascendeu-se nele a luz do seu chamado, “É isso que quero! É isso que desejo de todo o coração!” e, pouco depois, passou a vivenciar a sua obra: o seguimento puro do evangelho.
Seu modo de vida passou a intrigar a muitos. Um destes foi Bernardo de Quintaval, o primeiro irmão. Bernardo, havia questionado ao Povorelo se poderia acompanha-lo em sua obra. Para responder, Francisco recorreu ao Evangelho. À caminho da Santa Missa acompanhado de Bernardo e Pedro de Catânia, ele abriu a Bíblia e recebeu as seguintes respostas:
“Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt 19,21).
“Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3).
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24).
Então, decidiu São Francisco, “Isto é o que devemos fazer e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco”. Este foi o início da Fraternidade dos Irmãos Menores, em 24 de fevereiro de 1208.
Fraternidade
Aos poucos muitos foram se juntando a eles e, em 1209, estes mendicantes foram à Roma, pedir a aprovação de seu modo de vida. Inocêncio III admirado com Francisco, não só aprovou a ordem, como o reconheceu como o homem de um sonho que teve em que este segurava as colunas da Igreja de Latrão (a mãe de todas as igrejas), que estava em ruínas. Em 1212, entre os dias de 18 e 19 de março, na noite de domingos de Ramos, a nobre Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Santa Clara torna-se a primeira mulher a ser recebida na Ordem.
A Ordem crescia cada vez mais, principalmente após a entrada de Santa Clara e suas companheiras e o seguimento de muitos cristãos leigos que, mesmo já tendo se casado, estavam admirados com o movimento franciscano. Em 1219, Francisco vai ao acampamento do sultão do Egito, Melek-el-Kamel e tem uma importante conversa com ele. Um dos pontos que mais impressionavam a todos no movimento, não era somente à minoridade ou o seguimento radical do evangelho, mas a fraternidade universal do franciscanismo. O Pai Seráfico via em todas as criaturas e na criação, vestígios do próprio criador. Se Deus os fez, estes eram maravilhosos! E por todos Francisco tinha amor igualmente.
Últimos momentos
Em 1224, no período de 15 de agosto a 29 de setembro, Francisco, com Frei Leão e Frei Rufino, passa no Alverne, preparando-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. Em setembro, tem a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito após este ano.
Era final de agosto, em 1226, pede para ser levado à Porciúncula. Chegado à planície, lança sua bênção sobre Assis. Nos últimos dias de vida, dita o Testamento, autotestemunho de incalculável valor para a vida e os propósitos de homem tão singular. No dia 3 de outubro, à tarde, Francisco, morreu cantando “mortem suscepit”. No domingo seguinte, 4 de outubro, é sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis, mas o cortejo fúnebre passou antes pelo mosteiro das Clarissas. No dia 16 de julho de 1228, Francisco foi canonizado.
Aconteceu ontem (30), na Capela do Seminário São Francisco de Assis, a Santa Missa em ação de graças pelos aniversários de Frei Gilberto de Jesus (OFMConv), Frei Jaiton Docílio (OFMConv) e Frei Cristiano Freitas (OFMConv). A Santa Missa foi presidida pelo Ministro Provincial e aniversariante, Frei Gilberto de Jesus, e concelebrada pelos demais frades presentes. Também marcaram presença alguns padres diocesanos, as Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria, e os formandos de nossas Casas de Formação.
Após a Santa Celebração, aconteceu um almoço fraterno, partilhado entre os presentes. Cantaram os parabéns aos frades e fizeram-lhes felicitações por seus aniversários.
Aconteceu entre os dias 20 e 24 de setembro a primeira fase do Capítulo Ordinário da Província São Francisco de Assis de São Paulo. O capítulo foi realizado na casa de Retiros São Francisco de Assis, em Campo Largo (PR). Durante os três primeiros dias, aconteceram as leituras dos relatórios e debates entre os 47 frades presentes sobre diversos temas.
Na quinta feira pela manhã, aconteceu a eleição do novo Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis, tendo sido eleito o Frei José Hugo da Silva Santos (OFMConv). Frei Hugo assume, aos 40 anos, o serviço que foi do Frei Aloísio de Oliveira (OFMconv).
O novo Ministro Provincial é graduado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Administração de Empresas. Nos últimos oito anos ele foi escolhido para ser ecônomo provincial, onde realizou um trabalho extremamente positivo à Fraternidade Provincial.
Participam desta assembleia 47 frades, entre eles Frei Rogério Xavier (assistente geral da Federação dos Conventuais da América Latina-FALC), que presidiu as sessões, e três freis convidados: Frei Clevis Mafra dos Santos (Custódio Provincial da Custódia São Boaventura do Maranhão); Frei Ronaldo Gomes da Silva (Custódio Provincial da Custódia Imaculada Conceição no Rio de Janeiro) e Frei Gilberto de Jesus Rodrigues (Ministro Provincial da Província São Maximiliano Kolbe do Distrito Federal).
Que o bom Deus lhe conceda saúde e sabedoria para a condução da vida Provincial!
O dia 21 de setembro é dedicado à árvore. Impulsionados pela Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação da Província, os frades da Casa de Formação São Francisco, juntamente com a Ordem Franciscana Secular, se dirigiram ao Mosteiro de Santa Clara do Deus Trino, em Brazlândia (DF) para plantar mudas de ipês.
O dia foi marcado com o louvor a Deus pela criação e, logo após iniciou-se o plantio de mudas de Ipê em frente ao referido Mosteiro.
Esse é um dia de conscientização do valor da criação. Ao plantar uma árvore, estamos cuidando de toda a criação. Valorizamos a vida. Que todos nós cheguemos à consciência do cuidado da nossa Casa Comum que está doente.
Paz e Bem, estimados irmãos e irmãs! Como é agradável refletir sobre O Ser Franciscano, o jeito de viver esta Espiritualidade que por um pouco mais de 800 anos encanta, atrai e conquista os corações, e a partir desta Espiritualidade, transmitirmos o Franciscanismo com a nossa vida, de uma forma de apostolado em todos os ambientes que tivermos acesso, e de todas as formas. A forma e a regra de vida de todo franciscano consistem em viver o Evangelho de Jesus Cristo, em obediência, sem nada de próprio e em castidade, por aí já temos um vislumbre do quanto somos impulsionados para testemunharmos no mundo os valores que nosso Mestre Jesus Cristo nos deixou e que nosso Pai Seráfico São Francisco assumiu viver e transmitiu aos seus primeiros seguidores até os dias atuais, de forma simples, humilde e alegre de ser discípulo.
Sabemos que após sua conversão, nosso Pai São Francisco de Assis, impelido pelo Espírito Santo no desejo de seguir a Jesus Cristo, vivendo o Evangelho na sua simplicidade, desejando em tudo cumprir a Vontade do Senhor que o chamou e escolheu para ter A Nova Vida, ele teve dúvida sobre de que forma deveria caminhar com Cristo, se deveria se dedicar à oração, recluso, para assim buscar nesta forma poderosa de intercessão alcançar a purificação das almas, ou se deveria assumir o apostolado da pregação, da evangelização, compartilhando com os filhos de DEUS as maravilhas da Palavra, para levar a muitos à conversão e assim, à salvação. E nesta dúvida que o atormentava, ele, na sua sublime humildade, pediu que Frei Silvestre e Santa Clara intercedessem sobre esta causa, para que não fosse uma escolha pessoal dele, mas uma decisão que viria do alto. E assim, ambos em oração tiveram a revelação divina de que a missão de São Francisco deveria ser o apostolado da pregação, o Arauto de Cristo deveria ir pregar pelo mundo. Assim, ao receber esta resposta divina, São Francisco começa sua pregação num bosque para os pássaros, levando a Palavra de DEUS para estas criaturas que louvam o Senhor com seus cantos. Depois saiu pregando para as vizinhanças, e assim por diante, não mais cessou de levar os ensinamentos da Palavra de DEUS a todas as criaturas que encontrassem em seus caminhos. (LEGENDA MAIOR 12)
Assim começa a forma de viver o Evangelho, segundo São Francisco de Assis, no apostolado de evangelização, de partilha da Palavra, e vale à pena ressaltar aqui, que há 800 anos a Bíblia não era um Livro para todos, e alguns poucos sabiam ler em Latim, mas São Francisco de Assis não se deixou estagnar para compartilhar o seu entendimento de Jesus Cristo para os fiéis. A Evangelização devia acontecer, o testemunho com a própria vida de humildade, alegria e pobreza também deveria ser uma forma de apostolado, e por isso muitos foram cativados, e são até hoje conquistados por esta forma de apostolado genuinamente franciscana de transmitir DEUS a todos num simples colóquio fraterno, não somente nos púlpitos. Ir ao encontro dos que estão distantes das Igrejas, Catedrais, Assembleias, e que também merecem se alimentar com A Palavra de DEUS, conhecer a Vida do Messias que ama e escolhe os mais pequeninos para segui-lo, dando importância às pessoas sem discriminação e a toda criação ao redor, pois tudo é obra perfeita de DEUS e merece toda atenção e cuidado.
Com isso, percebemos que o Franciscanismo tem um Apostolado vasto, anunciar o Evangelho, testemunhar com a vida o amor A Cristo, nosso Mestre e seus ensinamentos de diversas formas e maneiras e para todos, com simplicidade e alegria, foi a forma perfeita que nosso Seráfico Pai assumiu e ensinou aos seus seguidores e seguidoras a viverem nestes mais de 800 anos de História. São Maximiliano Maria Kolbe representa para nós esta forma de apostolado com todas as ferramentas que a sociedade do Século XX dispunha para tal. Levando a Mensagem Cristã e Franciscana por meio de revistas, visitando outros países, querendo conquistar o Mundo para Cristo pela Imaculada, no desejo incansável de salvar almas, se torna para nós a certeza de que o Apostolado Franciscano perdura nos corações dos que abraçam a Causa do Reino de DEUS. Hoje somos os responsáveis para darmos continuidade neste apostolado, por meio das redes sociais, das diversas formas de transmissões online de pregações, cantos, e eventos que entram nas casas por rádios, TV’s e Internet em celulares e notebooks. O nosso apostolado continua vivo, forte e mais intenso diante da realidade da pandemia do COVID-19, nós tivemos que reinventar a forma de evangelizar e de chegar aos irmãos e irmãs, em suas casas, já que não podíamos estar reunidos na Igreja para celebrações e reuniões. O ser Franciscano e viver o seu apostolado é isso, evangelizar incansavelmente com a vida, e se quando necessário, usar A Palavra, os ensinamentos do nosso Mestre maior, Jesus Cristo e os exemplos perfeitos do nosso Pai Seráfico São Francisco de Assis. Que tenhamos sempre a alegria de anunciar, pregar e testemunhar que somos felizes vivendo este apostolado de levar Paz e Bem ao mundo inteiro e a toda criatura.
Fraternalmente,
Frei Regildo Piedade, OFMConv.
Neste dia 17 de setembro, a Família Franciscana celebra, em todo o mundo, a festa da Impressão das Chagas, também chamada de Estigmas de São Francisco de Assis. A introdução litúrgica da Missa e Liturgia das Horas diz o seguinte:
“O Seráfico Pai Francisco, desde o início de sua conversão, dedicou-se de uma maneira toda especial à devoção e veneração do Cristo crucificado, devoção que até a morte ele inculcava a todos por palavras e exemplo. Quando, em 1224, Francisco se abismava em profunda contemplação no Monte Alverne, por um admirável e estupendo prodígio, o Senhor Jesus imprimiu-lhe no corpo as chagas de sua paixão. O Papa Bento XI concedeu à Ordem dos Frades Menores que todos os anos, neste dia, celebrasse, no grau de festa, a memória de tão memorável prodígio, comprovado pelos mais fidedignos testemunhos.”
A vida de Francisco no Alverne foi oração e ininterrupta penitência. Sentiu-se pobre e pecador. Quis despojar-se de tudo. Renunciou até mesmo a um manto que tinha sido salvo do fogo, a única coisa que tinha para cobrir-se durante o breve repouso da noite. Francisco voltara muitas vezes ao Alverne para encontrar a paz em Deus que a situação da Ordem e o fato de estar no meio dos homens não lhe davam e entregar-se de corpo e alma à oração.
No verão de 1224, última vez que esteve no Alverne, Francisco procurou um lugar ainda mais “solitário e secreto” no qual pudesse, mais reservadamente, fazer a quaresma de São Miguel Arcanjo. Na manhã de 14 de setembro de 1224, os céus se abriram e Cristo crucificado desceu ao Monte Alverne na forma de um serafim.
Frei Regis explica o sentido e o significado:
Mais do que desvendar o caráter histórico das Chagas de São Francisco, importa refletir sobre a experiência de vida que se esconde sobre este fato. O que significa a expressão de Celano “levava a cruz enraizada em seu coração”? O que isso significou para o próprio Francisco? Há um significado para nós hoje, naquilo que com ele ocorreu?
Um erro comum é o de ver São Francisco como uma figura acabada, pronta, sem olhar para a caminhada que ele fez até chegar à semelhança perfeita (configuração) com o Cristo. O que ocorreu no Monte Alverne é o cume de toda uma vida, de uma busca incessante de Francisco em “seguir as pegadas de Jesus Cristo”. Francisco lançou-se numa aventura, sem tréguas, na qual deu tudo de si: a vontade, a inteligência e o amor. As chagas significam que Deus é Senhor de sua vida. Deus encontrou nele a plena abertura e a máxima liberdade para sua presença.
O segundo significado das chagas é o de que Deus não é alienação para o ser humano, ao contrário, é sua plena realização e salvação. Colocando-se como centro da própria vida é que o homem se aliena e se destrói; torna-se absurdo para si mesmo no fechamento do seu ‘ego’. O homem só encontra sua verdadeira identidade, sua própria consistência e o sentido de sua existência em Deus. E Francisco fez esta descoberta: Jesus Cristo foi crucificado em razão de seu amor pela humanidade – “amou-os até o fim” – , e ele percorre este mesmo caminho.
O terceiro significado: as chagas expressam que a vivência concreta do amor deixa marcas. A exemplo de Cristo, Francisco quis suportar/carregar e amar os irmãos para além do bem e do mal (amor incondicional). Essa atitude o levou a respeitar e acolher o ‘negativo’ dos outros mantendo a fraternidade apesar das divisões. Esse acolher e integrar o negativo da vida é a única forma de vencer o ‘diabólico’, rompendo com o farisaísmo e a autossuficiência, aniquilando o mal na própria carne. Só assim, o homem é de fato livre, porque não apenas suporta, mas ama e abraça o negativo que está em si e nos outros.
O quarto significado: seguir o Cristo implica em morrer um pouco a cada dia: “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz a cada dia e me siga” (Lc 9,23). Não vivemos num mundo que queremos, mas naquele que nos é imposto. Não fazemos tudo o que desejamos, mas aquilo que é possível e permitido. Somos chamados a viver alegremente mesmo com aquilo que nos incomoda, vencendo-se a si mesmo e integrando o ‘negativo’, de modo que ele seja superado. Nós seremos nós mesmos na mesma medida em que formos capazes de assumir nossa cruz. As chagas de São Francisco são as chagas de Cristo, e elas nos desafiam: ninguém pode conservar-se neutro, sem resposta diante da vida.
São Francisco não contentou-se em unicamente seguir o Cristo. No seu encantamento com a pessoa do Filho de Deus, assemelhou-se e configurou-se com Ele. Este seu modo de viver está expresso na “perfeita alegria”, tema central da espiritualidade franciscana: “Acima de todos os dons e graças do Espírito Santo, está o de vencer-se a si mesmo, porque dos todos outros dons não podemos nos gloriar, mas na cruz da tribulação de cada sofrimento nós podemos nos gloriar porque isso é nosso”.
A Ordem dos Frades Menores Conventuais é a Ordem religiosa fundada por São Francisco de Assis.