Muitas pessoas perguntam sobre a Espiritualidade Franciscana. A Espiritualidade, em geral, está em alta, e a Espiritualidade Franciscana sempre foi uma referência assim como são as grandes escolas espirituais: beneditina, carmelitana, agostiniana, dominicana, só para citar algumas. Francisco viveu Deus e uma forte experiência de encarnar o Evangelho, fez do seguimento de Jesus Cristo um apaixonado projeto de vida. Daí surgiu esta forte espiritualidade.
Espiritualidade não se prende a definições, mas sim a vivências. É uma escolha persistente de formar o espírito. É cuidar do lado transcendente do humano. Não é apenas fazer orações, devoções, leituras, meditações e frequentar templos. Tudo isto é consequência de um caminho espiritual. Porém, espiritualidade é estar em tudo isto sob o filtro de uma forte experiência do encontro com o divino. Por abraçar o divino, Francisco descobriu uma riqueza plena e se fez pobre. Ter o Tudo sem precisar apegar-se a nada. Do comércio do pai ao Sacrum Commercium com a Senhora Dama Pobreza.
Líder de uma juventude da sua graciosa Assis, ganhou todas as pessoas em todas as idades saindo dos limites da Úmbria. Coerência de vida e escolha, sempre deram segurança para seus seguidores. Foi cavaleiro pleno de sonhos e fidelidade ao seu Senhor. Não fez da doença uma derrota, mas um caminho de retomar sentidos. Fez da oração um jeito do caminho, pois aprendeu a orar mudando o modo de ver a sociedade e suas ruínas. Vai ser mendigo, pedreiro, penitente, jogral e santo. Percebeu que encontros não são apenas casuais, mas tem que mudar tudo na vida.
Muda diante do Crucifixo de São Damião que jogou um olhar de luz sobre suas sombras; revê sua vida a partir da proximidade com o leproso; faz uma imersão na vida percebendo com muita sensibilidade cada ser criado. Fez da Palavra, alguém. Fez do Presépio, a paisagem da sua alma. Fez da Eucaristia, uma sublimidade humilde e uma humilde sublimidade. Espiritualidade para Francisco de Assis é ter as marcas do Amado no corpo.
Frei Vitório Mazzuco, ofm