Hoje, dia 21 de outubro, tivemos a abertura oficial do Simpósio em comemoração ao Jubileu da Província São Maximiliano Maria Kolbe. O evento começou com a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Denilson Geraldo, Bispo Auxiliar de Brasília, tendo como concelebrante Dom Waldemar Passini Bispo de Luziania o Ministro provincial, Frei Gilberto de Jesus e diversos frades da província.
Confira a homilia assistindo à Santa Missa no YouTube:
Após a celebração eucarística, Ministro Provincial, conduziu a Oração de Abertura do Simpósio sobre o Jubileu da Província São Maximiliano Maria Kolbe, marcando o início das festividades comemorativas que acontecerão ao longo de toda a semana.
Em seguida, Frei James Fernandes, o primeiro vocacionado de nossa província, apresentou uma reflexão sobre o tema: "O trabalho realizado por Dom Agostinho Januszewicz à frente da Diocese de Luziânia", destacando a importância do legado pastoral de Dom Frei Agostinho, que durante muito tempo foi bispo de Luziânia.
O Trabalho realizado por Dom Frei Agostinho à frente da Diocese de Luziânia
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A Diocese de Luziânia foi criada no dia 29 de março de 1989, mediante a Bula Pastoralis Prudentia, do Papa João Paulo II.
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O território da nova diocese foi definido a partir do desmembramento de partes dos territórios de Anápolis, Ipameri e Uruaçu.
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Sua instalação oficial ocorreu no dia 10 de junho de 1989, quando da sagração episcopal e posse do primeiro Bispo, Dom Frei Agostinho Stefan Januszewicz, OFM Conv.
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Com uma superfície de 16.424,1 km², a Diocese de Luziânia contava, na data de sua criação, com uma população de 500 mil habitantes, assistida pastoralmente por 5 paróquias:
- Santa Luzia em Luziânia – GO, criada em 1754;
- São Sebastião em Cristalina – GO, criada em 1954;
- Santo Antônio em Santo Antônio do Descoberto – GO, criada em 1961;
- Nossa Senhora da Conceição em Novo Gama – GO (por 10 anos foi Paróquia São Pedro Apóstolo);
- Santo Antônio em Cidade Ocidental – GO, criada em 1979.
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Segundo o IBGE de 2019, a Diocese de Luziânia contava com uma população de 946.467 pessoas.
Municípios que fazem parte da Diocese:
- Luziânia – GO (sede)
- Água Lindas – GO
- Cidade Ocidental – GO
- Cristalina – GO
- Mimoso de Goiás
- Novo Gama – GO
- Padre Bernardo – GO
- Santo Antônio do Descoberto – GO
- Valparaíso de Goiás.
Dom Agostinho esteve à frente da Diocese de 1989 a 2004, totalizando 15 anos de governo episcopal.
Foram criadas 8 novas paróquias na primeira década da Diocese:
- Paróquia São Francisco de Assis (Valparaíso – GO) e Divino Espírito Santo (Padre Bernardo – GO) em 1990;
- São Pedro Apóstolo (Água Lindas de Goiás) em 1993;
- São Maximiliano Kolbe (Valparaíso II) e Nossa Senhora Aparecida (Cristalina – GO) em 1994;
- Nossa Senhora Aparecida (Jardim Ingá) e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Lago Azul) em 1997.
Até a posse do segundo bispo, a Diocese contava com 20 paróquias.
O Lema episcopal de Dom Frei Agostinho:
Lema: Per Immaculata – Pela Imaculada.
No sermão do Padre Antônio Vieira, na festa da Natividade de Nossa Senhora, ele disse: "Por que Maria nasceu? Para ser a Mãe do Salvador". Parafraseando o Pe. Vieira: "Por que Dom Agostinho nasceu? Para ser da Imaculada". Ele mesmo recordou, ao celebrar 25 anos de sacerdócio, que sua mãe o consagrou à Imaculada desde criança. Portanto, ele nasceu para ser da Imaculada, ser frade, padre, missionário e sucessor dos apóstolos. Tudo o que fazia, fazia pela Imaculada.
Dom Agostinho, apesar de nunca ter sido pároco, dedicava muitas horas ao sacramento da confissão, sendo um excelente pastor, simples e humilde. Foi um homem de oração e, como bispo, sempre se preocupou com as vocações, rezando fervorosamente por elas.
Como fundador da Missão Kolbe no Brasil, seu legado continua vivo na missão franciscana. Dom Frei Janusz, que foi seu noviço, relembra que a única vez que viu Dom Agostinho chorar foi no dia de sua ordenação sacerdotal, de emoção por ver o primeiro padre fruto da Missão.
Obras de Dom Frei Agostinho
Dom Agostinho foi responsável pela construção da Cúria Diocesana, do Centro de Evangelização Caná, e da Catedral de Luziânia, que começou na cripta antes de ser concluída. Ele também trouxe as Irmãs do Puríssimo Coração de Maria da Polônia para trabalhar na Diocese.
Após sua aposentadoria como bispo, Dom Agostinho retirou-se para a Missão no Juruá, Amazonas, onde viveu o restante de sua vida. Seu legado permanece, e sua dedicação à missão franciscana e à Diocese de Luziânia é motivo de gratidão.
Paróquias São Marcos e São Lucas
Outro momento marcante foi a exposição das atividades pastorais das paróquias da Província, com apresentações de Frei Roberto Cândido sobre as Paróquias São Marcos e São Lucas.
Relembrando o início de sua fundação, o frade destacou alguns diferenciais da comunidade. "Em Brasília, nossos números se destacam. São muitas as crianças que participam da catequese. Os crismandos também somam um total de jovens que não se vê em outras comunidades da arquidiocese", explicou o pároco.
Frei Roberto enfatizou: "Os números de nossa paróquia se destacam na arquidiocese de Brasília. Nas outras comunidades,
você não vê um envolvimento tão grande dos fiéis nas pastorais como temos aqui" .
A paróquia tornou-se, então, um solo frutífero para a evangelização. Segundo o pároco, isso ocorreu devido ao trabalho dos missionários poloneses que ali passaram. "A espiritualidade franciscana é percebida nas muitas pastorais promovidas aqui, principalmente no movimento da Renovação Carismática Católica. Obras que só foram possíveis graças aos frades que trabalharam incansavelmente para fazer desta comunidade um jardim de vocações", afirmou Frei Roberto.
Paróquia Santa Clara, no Sol Nascente
Logo após, Frei Henrique Mendonça e Frei Marcelo Dutra falaram sobre a Paróquia Santa Clara, no Sol Nascente. A Paróquia Santa Clara abrange uma área de cerca de 2.625 metros quadrados e está situada em uma região que cresceu entre os anos de 1980 e 1990. A paróquia inclui as capelas de São Benedito, Nossa Senhora da Estrada, Santo Antônio, Felipe Neri, entre outras. Este setor abriga cerca de 100 mil pessoas e é considerado a segunda maior favela do Brasil. A comunidade local expressa sua gratidão pela confiança do cardeal no desenvolvimento desta nova paróquia.
A Paróquia Santa Clara foi criada há dois anos, em abril de 2000, em um terreno doado por um morador, contando com o auxílio de diversos benfeitores. Em 2015, devido à urgência pastoral do Sol Nascente, foi construída uma Casa Filial, com a presença de uma comunidade religiosa franciscana. Hoje, o Sol Nascente enfrenta altos índices de criminalidade e uma situação de grande carência, mas a atuação dos Frades Franciscanos Conventuais tem contribuído para melhorar o desenvolvimento social da cidade. Esse trabalho é um verdadeiro testemunho evangélico da presença da Igreja e da Ordem, guiada pelo carisma de São Francisco de Assis, Santa Clara e São Maximiliano Kolbe.
O simpósio também contou com a participação de Frei Tomasz Król, Delegado da Província de Varsóvia, que reforçou os laços entre as províncias e a missão franciscana ao redor do mundo.
Este evento marca o início de um ano especial de reflexões, celebrações e recordações sobre os 50 anos de caminhada da Província São Maximiliano Maria Kolbe.